Cida Pedrosa propõe leis de acessibilidade e combate à gordofobia no Recife

Jan Ribeiro

O combate ao preconceito contra pessoas obesas ganhou voz na Câmara do Recife. A vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) protocolou, nesta terça-feira (23), três Projetos de Lei de combate à gordofobia no município, sendo dois deles sobre acessibilidade de pessoas gordas nas escolas e hospitais e um instituindo o Dia Municipal de Luta Contra a Gordofobia.

Para combater o preconceito contra crianças e jovens gordos, a parlamentar propõe que as escolas tenham equipamentos acessíveis para esse público. "Exemplo: as carteiras nas escolas são feitas para um padrão de pessoas magras. E aí as crianças ficam sem poder sentar ou têm que trazer cadeiras especiais, o que causa o maior constrangimento", explica Cida.

"A gordofobia na nossa sociedade é cruel em crianças, jovens, mulheres e homens, mas, com crianças e adolescentes, ela é absolutamente cruel", ressalta a vereadora, que também propõe a adaptação de macas e equipamentos hospitalares para melhor atender pessoas gordas nas unidades de saúde do município. 

Cida também propõe a criação do Dia Municipal de Luta contra a Gordofobia. “Para fins desta Lei, considera-se 'gordofobia' o preconceito, a repulsa ou a discriminação social, política e econômica praticados contra a pessoa gorda”, diz o texto da Lei, que caso aprovada incluirá a data no Calendário Oficial de Eventos do Município do Recife. "A criação de uma data municipal de luta contra a gordofobia dá visibilidade à luta de pessoas gordas por um tratamento mais igualitário e livre de discriminação na sociedade", justifica Cida.

"Além dos impactos sobre a saúde mental, a gordofobia, enquanto um preconceito difundido na sociedade, afeta também o planejamento urbano e o acesso da pessoa gorda à cidade. Os padrões utilizados na construção de banheiros, transportes coletivos e até mesmo na mobília dos espaços públicos e privados são reflexo da discriminação e exclusão de pessoas gordas", descreve a vereadora no texto.

Karla Rezende, diretora do Mundo Plus em Movimento, destaca a importância de debater sobre preconceito contra pessoas gordas. “A gente vem lutando por essa causa que não é muito questionada, mas está enraizada desde a escola, onde o índice maior de bullying é com as crianças gordinhas. E, dali, elas já crescem com esse padrão de beleza e estética de que só magro é bonito. E isso acaba acarretando traumas e consequências que atingem as relações”, relata.

Ela encontrou, no mandato de Cida Pedrosa, o espaço para cobrar dignidade e oportunidades iguais para pessoas acima do peso considerado padrão. “Nossa luta é essa, lutar por esse respeito e fazer com que as pessoas entendam que nem todo gordo é doente e nem todo magro é saudável. É lutar pelo nosso direito de ir e vir. As pessoas não podem julgar se tenho capacidade de trabalhar só pelo meu peso. As pessoas têm que me julgar pelo que eu sou, pelo meu caráter”, afirma.

“Queremos fazer com que as pessoas tirem essa imagem de que gordo é aquela pessoa que está jogada no sofá e não faz nada da vida, o que é a maior inverdade do mundo. Por isso essa necessidade, em conversa com a vereadora Cida Pedrosa, de criar esses projetos de melhorar a qualidade de vida dessas pessoas e levar para a sociedade a ideia de que somos normais”, explicou Karla.

 

 

 

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