Dani Portela defende criação da Comissão da Igualdade Racial na Câmara do Recife

A vereadora Dani Portela fez um apelo em sua fala no Grande Expediente da Câmara dos Vereadores do Recife para que seja aprovado o projeto de resolução para criação da Comissão Permanente da Igualdade Racial e Enfrentamento ao Racismo. O projeto segue para apreciação nas comissões de Legislação e Justiça e Direitos Humanos e posterior votação em sessão única.

“Assumi com a população de Recife o compromisso de trabalhar em prol da equidade étnico-racial por acreditar inclusive que a persistência do racismo impede que tenhamos uma real democracia. O enfrentamento ao racismo é uma pauta cada dia mais necessária”, afirmou em sua fala.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, 44% das cadeiras nas câmaras municipais das capitais são ocupadas por pessoas negras (6% pretos, 38% pardos) e 53,5% por pessoas brancas. Embora esse dado apresente um aumento no número de pessoas negras nas Câmaras de vereadores (em 2016, tínhamos 42% de negros), ele ainda não é representativo da população negra brasileira. “Há na política brasileira e em diversos espaços de poder uma sub-representação da população negra, resultado desse racismo estrutural. Tomemos como exemplo a composição da Câmara Municipal do Recife, onde dos 39 vereadores e vereadoras eleitos/as, apenas 11 são negros/as (28%), composição essa que de longe não representa a composição racial da cidade do Recife (64% de pessoas negras)”, reforça Portela.

Segundo a vereadora o tema do racismo, seus efeitos e as estratégias para o seu enfrentamento têm sido centrais nos debates públicos ao redor do mundo. Por isso, vereadoras e vereadores da Câmara Municipal do Recife têm papel fundamental para promover no Recife, mecanismos de enfrentamento a esse racismo estrutural que assola nossa cidade.

Guitinho e Lorena - No pequeno expediente, a vereadora Dani Portela usou o seu tempo para pedir um minuto de silêncio em homenagem à Guitinho de Xambá. O artista, que faz parte da comunidade quilombola Nação Xambá, faleceu em decorrência de complicações provocadas por um Acidente Vascular Cerebral.  

"Guitinho foi, é e sempre será uma potência. Um jovem negro, periférico e candomblecista que ousou através da música e da militância pautar a luta do povo negro, o enfrentamento ao racismo e ao racismo religioso."

Dani também negritou a morte de Lorena Muniz, mulher trans recifense, que faleceu no último dia 21 durante um incêndio, em uma clínica em São Paulo. “Lorena foi em busca de um sonho, uma cirurgia para implantes de silicone, e foi deixada para trás. A vida de Lorena valeu 4 mil reais. Me solidarizo ao seu companheiro Tom nessa dor imensa”, concluiu. 

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