Jungmann retira Segovia do comando da Polícia Federal

Fernando Segovia - Wilson Dias/Agência Brasil

O novo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, decidiu nesta terça-feira (27) trocar o comando da Polícia Federal e demitir o atual diretor-geral da corporação, Fernando Segovia. O secretário nacional de Segurança Pública, Rogério Galloro, foi indicado para ficar o lugar dele.

A crise envolvendo o nome de Segovia começou quando ele deu uma entrevista à Agência Reuters, afirmando que o inquérito sobre o Decreto dos Portos, que envolve o nome do presidente Michel Temer, deveria ser arquivado. Após a declaração, integrantes da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal se manifestaram pela manutenção da autonomia dos agentes nos inquéritos em curso.

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Em seguida, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, chegou a cobrar explicações de Segovia, que se comprometeu a não fazer novas manifestações sobre fatos relacionados à investigação. Na conversa, segundo o ministro, o diretor da PF também disse que suas declarações à Reuters "foram distorcidas e mal interpretadas", que "em momento algum pretendeu interferir no andamento do inquérito, antecipar conclusões ou induzir o arquivamento" do caso e que também "não teve a intenção de ameaçar com sanções o delegado encarregado, tendo também aqui sido mal interpretado".

Ainda nesta segunda-feira (27), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, censurou as declarações do diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, sobre o inquérito que investiga Temer. Ela pediu que Luís Roberto Barroso expeça uma ordem para que Segovia se abstenha de "qualquer ato de ingerência sobre a persecução penal em curso", inclusive de manifestações públicas a respeito das investigações, sob pena de afastamento do cargo.

"Quaisquer manifestações a respeito de apurações em curso contrariam os princípios que norteiam a Administração Pública, em especial o da impessoalidade e da moralidade", afirmou Dodge. Para ela, o cargo ocupado por Segovia tem natureza administrativa, de forma que o seu titular não tem atribuição para conduzir investigações.

Decreto dos Portos
Barroso autorizou em setembro a abertura de um inquérito para investigar suposto esquema que teria beneficiado a empresa Rodrimar, que atua no porto de Santos. A Rodrimar já foi citada em inquérito sobre Temer no STF. O presidente foi investigado sob suspeita de participar de um esquema de cobrança de propina de concessionárias do porto de Santos.

Uma planilha entregue à PF atribuía o pagamento de R$ 1,28 milhão em propinas, sendo metade para uma pessoa identificada como "MT". A polícia entendeu que as iniciais se referiam a Temer, então deputado federal, que já detinha foro privilegiado. A investigação foi remetida ao Supremo.

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