Dom, 07 de Dezembro

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Lideranças políticas criticam decreto de Raquel Lyra

Humberto diz que reunião não será definitiva. Marília Arraes aposta na unidade da legendaHumberto diz que reunião não será definitiva. Marília Arraes aposta na unidade da legenda - Marcos Oliveira/Ed Machado

Decreto assinado pela governadora Raquel Lyra (PSDB) repercute fortemente entre lideranças políticas. Em publicação do Diário Oficial, a gestor exonerou "todos os servidores da administração direta, autárquica e fundacional ocupantes de cargo de provimento em comissão ou no exercício de função gratificada de direção e assessoramento e de supervisão e de apoio". Além disso, ainda foram revogadas todas as cessões de servidores públicos,  concessão delicenças para trato de interesse particular e licença-prêmio.

O senador Humberto Costa (PT) foi uma das lideranças que manifestou preocupação com a medida. Segundo ele, a decisão é "medida gravosa e deve ser revista". "Estou acompanhando, com muita preocupação, o desenrolar da decisão da governadora Raquel Lyra de exonerar servidores em cargo comissionado e dispensar os que exercem funções gratificadas na estrutura estadual, além de requisitar cedidos, revogar licenças e suspender o trabalho remoto", disse. Segundo ele, a medida necessitaria de diálogo.

"Entendo que uma medida tão gravosa dessa natureza - com impacto sobre vidas de servidores e suas famílias, sobre o serviço público e, acima de tudo, sobre a população de Pernambuco - deveria ter sido pensada e anunciada ainda durante a transição, período de dois meses compreendido entre a eleição e a posse da governadora. Os relatos que me chegam das pessoas são de assombro e parilisia de diversas áreas do serviço público estadual, com pernambucanas e pernambucanos prejudicados pelo vácuo deixado por esse ato de significativo impacto", afirmou.

O senador afirmou que "desde a vitória de Raquel como governadora, o PT de Pernambuco colocou-se numa posição independente, com o viés de contribuir com todas as ações do novo governo em favor do nosso estado". "E, definitivamente, não é o caso dessa. Espero, vivamente, que a governadora reconheça o erro dessa medida e, com a humildade que deve ter todo agente público diante dos seus atos, volte atrás e revogue essa decisão, cujas consequências têm sido extremamente danosas ao povo pernambucano", bateu.

Outra que criticou a medida foi a deputada federal Marília Arraes (SD). A parlamentar disputou contra Raquel o comando do Governo do Estado nas eleições deste ano. Segundo a gestora, a medida careceu de diálogo. "Adotar medidas radicais, sem quaisquer planejamento, apenas por revanchismo, além de demonstrar arrogância podem afetar outros poderes e órgãos das mais variadas esferas, como a Alepe, TCE, prefeituras e até estruturas de outros estados. Gestão, como tudo na vida, deve-se fazer com diálogo e análise detalhada de cada situação", destacou.

Marília Arraes fala em negação da política e diz que "em Pernambuco estamos presenciando o ovo da serpente ser gestado de novo". "A negação da política levou ao fascismo de Bolsonaro e todas as suas consequências. Aqui em Pernambuco estamos presenciando o ovo da serpente ser gestado de novo. Vilanizar, de forma generalizada, cargos comissionados e funções gratificadas é muito prejudicial ao funcionamento do serviço público e aos direitos dos servidores. E foi isso que vimos acontecer nos primeiros dias do novo governo de PE. Assinar e publicar um decreto exonerando sem critérios os cargos comissionados e funções gratificadas é temerário por colocar em risco de paralisia serviços essenciais à população, que não se resumem a saúde, educação e segurança", diz.

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