[Opinião] As realidades que doem na alma precisam ser publicizadas
Das diversas realidades impeditivas do desafio de ser mulher no ambiente de trabalho, e que nutrem o temor e o constrangimento do universo feminino neste caminho fora do ambiente doméstico, asseguro que um dos mais fortes é o assédio moral e sexual a qual estamos expostas.
Certamente, nestes últimos dias, muito se tem falado acerca dos fatos ocorridos nos bastidores do programa que mascara a dor e o abuso para a promoção do riso. Esse episódio, que mais parece enredo de novela das oito, se evidencia na personificação de pessoas conhecidas e famosas, mas muito revela os bastidores da vida real de TODAS nós mulheres.
Conviver com o assédio, com o abuso, com os “elogios” descabidos, muitas vezes nos coloca em situação de desconforto e incômodo diante de fatos que nos deixa sem ação. O assédio, pode até parecer para uns, como sendo excesso de ego feminino, ou até mesmo resultado de determinadas posturas ou locais em que estamos, e assim, normatizando a causa se justifica o efeito, passamos de vítima a culpada em decorrência das nossas escolhas.
Tanto precisa ser reavaliado. Tanto precisa ser repensado. Tanto precisa ser mudado. O nosso comportamento, a nossa vestimenta, o nosso lugar, não podem ser usados como justificativa para atos violentos que nos tirem a liberdade de ser quem somos e como somos.
As realidades que doem na alma feminina precisam ser publicizadas e tiradas da invisibilidade que nos acorrenta, nos aprisiona e nos limita. Fortalecer relações e trazer à margem fatos, que colocados à sombra mantém na invisibilidade situações aterrorizantes para o nosso universo, precisam acontecer. Decisões de enfrentamento precisam ser tomadas e a teia de apoiamento às mulheres precisa ser reforçada para que TODAS nós possamos nos sentir seguras, protegidas e amparadas, afinal, #mulhervocepodeseroquequiser e #mexeucomumamexeucomtodas
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