[Opinião] Desencantado com o mundo

Considerado por muitos o maior intelectual do século XX, Maximilian Karl Emil Weber, nasceu em Munique no ano de 1864 e faleceu em 1920. Considerado um dos fundadores da sociologia, Weber, também era jurista e economista e deu contribuição nessas áreas. O léxico weberiano se faz presente em nosso meio sem que muitas vezes saibamos. Expressões como monopólio da força, grupo político, poder racional, direito material e tantas outras, foram criadas, ou trazidas para o mundo científico  por intermédio do intelectual de Munique. Não são poucos os que consideram  sua obra, a última dos chamados clássicos da política. Weber defendia que o estudo das sociedades estão ligados ao entendimento da sua história. Sem compreensão do momento histórico tornar-se-ia possível entender costumes e comportamentos da mesma.

Na visão weberiana, o cientista social deve se dedicar ao que existe de conexão entre o que rege a sociedade e os aspectos da vida social. Weber não corroborava da ideia de  Durkheim de que o sociólogo deve procurar total imparcialidade diante do objeto de estudo. Pelo contrário, para ele, o cientista social, busca um processo seletivo com aquilo que lhe causa incômodo, provocando-o desejo de encontrar respostas aos fenômenos sociais que estão postos diante de si. Por isso, segundo ele, a sociologia é “uma ciência que pretende entender a ação social, interpretando-a, para dessa forma explicá-la causalmente em seu desenvolvimento e efeitos”. O relato foi feito em seu livro Economia e Sociedade.

Na opinião de Max Weber, a sociedade pós-Revolução Industrial, perdeu o que se entende por dimensão do sagrado. Ao fenômeno ele denominou de desencantamento do mundo. Olha que ele não viveu suficiente para pelo menos tomar conhecimento, que por aqui também existe a banalização do sagrado, onde as práticas medievais se tornaram algo rotineiro.

Quando se pensa nas teorias weberianas aplicadas ao Brasil, naturalmente se reporta ao Sérgio Buarque de Holanda. O ovacionado historiador e sociólogo brasileiro que se debruçou tentando compreender o homem cordial, foi o primeiro  a utilizar as teorias do mestre de Munique, dentro da realidade social brasileira. Divorciado de uma hermenêutica amparada em um triunfalismo colonial lusitano. É notório o rigor acadêmico nos arrazoados de Sérgio Buarque. Diferentemente de outros autores, que embora tenham contribuído com o pensamento social brasileiro, preferiram o caminho do insight, para falar a respeito das raízes da sociedade brasileira.  

Hely Ferreira é cientista político.

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