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Endividamento pessoal: uma ameaça às organizações

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A situação do endividamento pessoal no Brasil é alarmante: 72,46 milhões de brasileiros estão inadimplentes, e cerca de 78% das famílias estão endividadas. Esse quadro, além de afetar as finanças individuais, traz consequências diretas e indiretas para as empresas. Cada vez mais, gestores relatam casos de empregados que, pressionados por dívidas, começam a buscar desligamentos ou demissões para resgatar o FGTS e saldar compromissos financeiros. Outros, mesmo eficientes, passam a pressionar a organização por acordos de saída, criando um ambiente de instabilidade e reduzindo a produtividade.

 

Em alerta

Esse cenário alerta para a necessidade de as empresas revisarem suas estratégias de desenvolvimento e retenção de talentos. Muitas investem em capacitação técnica e liderança, mas tornam-se vulneráveis ao ignorar as questões financeiras pessoais dos seus profissionais. Afinal, o impacto do endividamento não se limita à vida íntima do trabalhador: ele afeta diretamente sua produtividade e motivação. A falta de estabilidade financeira converte-se em uma ameaça à coesão das equipes e, por conseguinte, aos resultados organizacionais.

A pressão por demissões de empregados endividados é um problema crescente e complexo. Na prática, as empresas perdem bons profissionais que, desestabilizados financeiramente, buscam saídas que prejudicam o clima organizacional e aumentam os custos de rotatividade. Manter um profissional que não está focado em suas funções pode ser arriscado, mas a alternativa de simplesmente desligá-lo não resolve a questão; muitas vezes, a situação se repete em novos ciclos de endividamento e inadimplência.

 

Um alternativa

Nesse sentido, uma solução que vem ganhando força é a promoção da educação financeira dentro das organizações. As empresas devem considerar que o auxílio mais eficaz nem sempre é oferecer crédito, prática que frequentemente atua como paliativo. Ao investir em educação financeira, as empresas ajudam seus empregados a lidar melhor com o próprio dinheiro, compreendendo a importância do planejamento e do consumo consciente. Cada pessoa é incentivada a entender que o ponto central não é quanto ela ganha, mas como administra seus ganhos.

O endividamento generalizado e a facilidade de obtenção de crédito, por meio de cartões, parcelamentos e cheque especial, criam um ambiente propício ao descontrole. Com a atual taxa de endividamento, esses instrumentos acabam por “matar mais do que salvar” financeiramente o trabalhador, tornando-se uma armadilha perigosa.

Portanto, se o endividamento dos empregados é hoje uma ameaça à estabilidade das organizações, a solução está em tratar a causa e não apenas os sintomas. A educação financeira é essencial para que cada pessoa aprenda a gerenciar suas finanças de forma sustentável e construa uma relação saudável com o dinheiro. Uma equipe financeiramente estável consegue ser mais focada, produtiva e comprometida com o crescimento de sua empresa.

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