Homem que arrastou cadela presa a moto por seis quilômetros recebe liberdade provisória

Pandora está sendo cuidada em um lar temporário - Reprodução/Instagram

A Justiça de Pernambuco concedeu liberdade  provisória ao homem preso em flagrante, na última terça-feira (20), por ter amarrado uma cadela em uma moto e a arrastado por seis quilômetros entre os municípios de Camaragibe e São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife.  

Severino Albany Ferreira da Silva, de 42 anos, passou por audiência de custódia na tarde desta quarta-feira (21), em Jaboatão dos Guararapes. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Pernambuco, por se tratar de um réu primário, foi concedida a liberdade com aplicação de medidas cautelares.
 
Desta forma, o homem responderá em liberdade à acusação de maus-tratos, cuja pena pode ser de dois  a cinco anos de reclusão, além de multa e proibição da guarda. A prisão em flagrante foi efetuada por dois policiais à paisana, que abordaram o acusado e o conduziram até a Central de Plantões da Polícia Civil. 

Animal está em recuperação 

O estado de saúde da cadela vítima de maus-tratos, que recebeu o nome de Pandora, ainda inspira cuidados. Segundo o ativista Douglas Brito, que está cuidando da cachorra, ela passou por um hemograma, que acusou um nível alto de leucócitos no sangue. 

“Essa taxa alta de leucócitos pode indicar uma infecção ou pode ser resultado do estresse que ela enfrentou. Só teremos certeza após uma semana de medicação, quando um novo hemograma será feito”, explica o cuidador. “Ela não apresenta febre ou qualquer outro mal-estar que indique algo mais grave. Ainda sim, o estado dela requer certo cuidado”, afirma. 

Pandora também foi detectada com a chamada doença do carrapato, que pode trazer danos graves à saúde do animal. Para ambos os problemas, já foram iniciados os tratamentos devidos. 

A cadela está abrigada no lar temporário Alameda das Patas, onde ficará disponível para a adoção após passar pelo procedimento da castração. “Já temos uma fila de espera com dez pessoas em cadastro. Só quando ela estiver recuperada e castrada é que vamos começar as entrevistas com os interessados”, informa. 

Douglas Brito chama atenção para qual deve ser o perfil de quem quer levar para casa a cachorra. “As pessoas ficam muito sensibilizadas, porque viram o caso pela imprensa, mas um animal requer vários cuidados. A gente não pode ser displicente e entregá-la a qualquer adotante. Por isso, darei preferência a quem já tem experiência com animais e possui espaço em casa”, comenta o ativista, que conta com outros 30 cães para adoção em seu lar temporário. 

Para o ativista, a expectativa é de que a nova lei de maus-tratos, sancionada em setembro do ano passado, seja aplicada com rigor no caso de Pandora. “É muito importante que ele seja punido, até porque esse é o primeiro flagrante em Pernambuco desde que houve a alteração na lei, que aumentou a punição para quem comete esse tipo de crime. Esperamos que isso sirva de precedente para outros casos”, defende. 

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