Seu médico já está usando a prescrição digital?

Rafael Moraes é médico e um dos fundadores da Memed, healthtech pioneira e líder em prescrição médica digital

Seria até mesmo surpreendente se encontrássemos hoje quem nunca tenha ouvido falar ou tenha recebido, após passar em consulta, uma receita médica. Dificilmente saímos de um consultório sem nenhuma prescrição, seja de medicamentos ou exames. Mas, quando acrescentamos a esse termo a palavra “digital”, as dúvidas inevitavelmente começam a surgir.

Para se ter uma ideia, no caso de Pernambuco por exemplo, que conta com mais de 16 mil médicos, a receita digital é usada hoje por apenas 11,5% dos profissionais deste estado; e, quando observamos o varejo farmacêutico, das cerca de 3,2 mil farmácias, somente 20% dispensam receitas médicas digitais desde o início da pandemia, ou seja, ainda há bastante espaço para essa nova prática.

Mas por que a adoção ainda não é a ideal? Embora a prescrição digital já exista no Brasil desde 2012, talvez um dos motivos pelos quais a sua adoção, embora progressiva, ocorra de modo pouco acelerado, é a ausência de uma percepção clara de seus inúmeros benefícios.

Antes de tudo, vale ressaltar que fazer parte desse verdadeiro ecossistema digital de saúde é muito menos complexo do que se imagina. No caso da Memed, por exemplo, médicos e farmácias podem fazer seus cadastros gratuitamente em poucos cliques. Hospitais e operadoras de saúde podem integrar todas as funcionalidades da prescrição eletrônica aos seus sistemas, sem custos, e com um tempo mínimo de implementação.

Mas quais são esses benefícios? Além de garantir a pacientes e farmácias 100% da compreensão do que foi receitado (eliminando-se assim uma das maiores dores de cabeça da receita médica manuscrita em papel, a famosa “letra de médico”, muitas vezes incompreensível, podemos citar mais segurança para os médicos no combate às fraudes. Segundo dados da Fecomércio – GO, cerca de 30% dos atestados emitidos no Brasil são falsificados e podem ser comprados na internet por valores irrisórios, como 50 reais; apenas um carimbo ilegítimo e uma assinatura são suficientes para fraudar atestados e receitas médicas. Somam-se a esses benefícios a redução de custos nos consultórios. Para estar habilitado a emitir receitas digitais, o médico tem um custo aproximado de 100 reais para obter seu certificado digital (anuidade); em contrapartida, os valores gastos com gráficas para impressão de receituário simples, especial e atestados, podem ultrapassar facilmente a casa dos 2.000 reais/ano.

Além disso, a prescrição digital pode ser usada em ambos os tipos de consulta, tanto no modelo tradicional presencial – aquela em que o paciente vai até o consultório – como no atendimento a distância, caso das teleconsultas. Não há dificuldade para o médico prescrever ou para o usuário apresentar a receita no balcão da farmácia, tudo é feito em poucos cliques, inclusive a assinatura eletrônica, que é inserida automaticamente na receita digital pelas plataformas de prescrição.

Sem falar da comodidade e agilidade. Quem nunca precisou comprar um medicamento e não conseguiu porque esqueceu a receita em casa ou, pior, perdeu o documento? Como a receita digital é enviada por SMS e, em breve, por outros canais digitais, ela estará sempre disponível e acessível para o paciente.

Precisamos levar em consideração que o mundo está cada vez mais digital e o número de interações que acontecem nesse “mundo on-line” aumenta cada dia mais. E na saúde não poderia ser diferente. No caso da receita digital, ela se tornou essencial para garantir à população o acesso aos medicamentos durante a pandemia, viabilizando uma das etapas mais importantes do tratamento, além de trazer segurança, assegurando o entendimento exato do que foi receitado.

O uso emergencial por conta da pandemia foi um passo importante não só para a receita digital, mas para a consolidação de um verdadeiro ecossistema digital da saúde no país. Estamos aprendendo lições importantes de como podemos tornar o atendimento em saúde cada vez mais ágil e eficaz.

E se há algo que pode seguir ajudando a vida de médicos, pacientes e drogarias,  é, sem dúvida, a tecnologia da prescrição eletrônica; principalmente quando conectada a um ecossistema digital de saúde, que seja capaz de interligar todos os elos da cadeia e proporcionar que médicos, pacientes, varejo farmacêutico, laboratórios de exames, hospitais, operadoras de saúde e provedores de tecnologia – falem a mesma língua.

*Rafael Moraes é médico e um dos fundadores da Memed, healthtech pioneira e líder em prescrição médica digital. A Memed é uma empresa 100% brasileira e uma das principais companhias no mercado de novas tecnologias para o setor de saúde. Desde sua fundação, em 2012, vem trabalhando para criar um ecossistema digital em torno das prescrições, integrando todas as pontas da cadeia da saúde, como médicos, pacientes, farmácias, hospitais, clínicas e operadoras de saúde.

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