Livros infantis com a pegada ESG para trabalhar com a criançada

Consciência sobre diversidade, inclusão e sustentabilidade deve ser incentivada desde pequeno

O termo ESG - em inglês, Environmental, Social and Governance – está diretamente relacionado a uma preocupação com três pilares interligados: ambiental, social e governança. Vista por muitas pessoas como uma evolução do debate sobre sustentabilidade, essa agenda ganha cada vez mais notoriedade entre pessoas físicas e jurídicas..

O ano de 2023 trará essa agenda ainda mais à tona. De 30/11 a 12/12, a COP28 – realização anual encabeçada pela ONU, que joga luz sobre as urgências globais relacionadas ao meio ambiente – terá sede nos Emirados Árabes Unidos, destino conhecido por seu protagonismo na indústria de Oil & Gas. O mercado de combustível fóssil é universalmente conhecido pela quantidade de passivos ambientais que gera. Ou seja, a próxima COP certamente vai sublinhar esse capítulo.

Falar em mudança de pensamentos e avanços socioambientais, muito além de impactar positivamente o mundo corporativo, é falar da educação das crianças, já que são elas os adultos do futuro. Por isso, construir uma agenda ESG requer transformações pautadas em uma conscientização elaborada desde a infância.

Nesse sentido, uma excelente forma de se atualizar nessas questões e se desenvolver ainda mais é através de leituras. Há diversas obras literárias e científicas que se debruçam sobre essa urgência, considerando suas mais variadas nuances, incluindo pautas sobre diversidade, proteção do meio ambiente, equidade no mercado de trabalho, avanço econômico com responsabilidade, entre outros aspectos.

E a literatura infantil não fica de fora dessa:

Africanear!, escrito por Celso Sisto e ilustrado por Maurício Negro – Editora Serena

Escrito por Celso Sisto e ilustrado por Maurício Negro, o infantil “Africanear!” oferece exuberantes recontos de cinco regiões diferentes do continente africano. Os textos atestam, em alta voz, que a África não é um país. Esse vasto e diversificado continente abarca em seu imenso ventre narrativas transmitidas oralmente que, ao sabor do vento, movem-se de boca em boca num infindável manancial. Os contos mostram a interação entre o universo humano e o natural, explicando a origem de costumes e de tradições de diversos povos africanos, destacando também a fauna e a flora do continente.

Assim nasceram os ticunas, de Rui de Oliveira – Editora Serena

“Assim nasceram os ticunas”, de Rui de Oliveira, conta a origem dos povos ticunas pela sua visão e mitos. Ambientada na Amazônia, conta a saga de Yoi e Ipi, irmãos nascidos do ancião Ngutaba. Eles devem encontrar a Grande Samaumeira, uma gigantesca árvore que sustenta todo o universo. Durante a sua jornada, deparam-se com o Mapinguari, uma monstruosa figura com duas bocas que é protetora de todas as florestas e de todos os animais. Contudo, uma dessas bocas tentará guiá-los, enquanto a outra tentará enganá-los. Cabe a eles decidirem qual voz irão ouvir. Os povos ticunas, que vivem às margens do Alto Solimões, constituem a maior nação indígena do Brasil com mais de 35 mil pessoas.

Chapéu fora de moda, de Emily Gravett – Editora Camelo, parte da unidade de Literatura da SOMOS Educação

Escrito por Emily Gravett, “Chapeú fora de moda” conta a história de Beto, que adora o chapéu que sua avó tricotou para ele quando era pequeno: é quentinho, confortável e cobre suas orelhas. Mas então seus amigos tiram sarro dele, porque está fora de moda. Beto não quer ser diferente dos outros e vai fazer de tudo para se encaixar. Inclusive, experimentar muitos chapéus. Essa obra foi selecionada para o Clube de Leitura ODS em Língua Portuguesa, da ONU, na categoria Consumo e Produção Responsáveis.

Para mais informações sobre o livro: https://www.coletivoleitor.com.br/nossos-livros/chapeu-fora-de-moda/

Macapacarana, escrito por Giselda Laporta Nicolelis e ilustrado por Nathalia Laia – Editora Scipione, parte da unidade de Literatura da SOMOS Educação

Também selecionada para o Clube de Leitura ODS em Língua Portuguesa, da ONU, dessa vez na categoria Redução das Desigualdades, “Macapacarana”, de Giselda Laporta Nicolelis e Nathalia Laia, reflete sobre o choque cultural que vive Gerson, um garoto que sai de São Paulo para morar com o pai no Amapá. Ali, ele descobre outro Brasil: o mundo das matas e dos rios, do garimpo de ouro, o mundo de José, o cozinheiro índio, e de Tocha, com quem aprende a conhecer e desvendar os mistérios da Amazônia.

Além da seleção para o Clube de Leitura ODS, o livro ganhou o Troféu APCA de Literatura Infantojuvenil, na categoria Livro de Autor Juvenil, da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em 1983. Em 1985, obteve Menção Honrosa no Prêmio Alfredo Machado Quintella, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Em 2020, foi aprovada no PNLD Literário.

Para mais informações sobre o livro: https://www.coletivoleitor.com.br/nossos-livros/macapacarana/

Zezé - Trabalho não é brincadeira, de Guto Lins – Editora Serena

Escrito por Guto Lins, “Zezé – Trabalho não é brincadeira” é uma denúncia ao abandono da infância que sobrevive às ruas e a seus riscos. A ideia do livro é mostrar uma realidade nua, crua e universal, no sentido de que há muito “Zezés” ao redor do mundo, de norte a sul, de cores, idades e muitas outras características e vivências diferentes. Nesse caso, todos tem algo em comum: o trabalho, a falta de oportunidade e a perda da infância. A cada página, um novo Zezé é revelado. Num deles, um menino morador de rua e sem qualquer perspectiva de vida é apresentado a nós: o Zezé que trabalha como flanelhinha nos semáforos, vende doces e frutas para ganhar seu sustento. Com esse e muitos outros Lins traz uma reflexão sobre o trabalho, a perda da infância e a privação dos direitos a brincar, estudar e ter uma identidade em meio ao coletivo.

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