Chocolate na Páscoa: saboreie sem exageros
Saiba como saborear seu chocolate com equilíbrio. Confira com o médico Rafael Coelho.
A Páscoa chega, e com ela, uma avalanche de ovos de chocolate — dos infantis aos mais sofisticados, recheados, decorados e tentadores. Para muita gente, essa é a época do ano em que o chocolate deixa de ser um mimo ocasional e vira o protagonista da dieta. O resultado? Exageros, mal-estar e, mais tarde, o sentimento de culpa. Mas é importante dizer: o que faz você subir de peso não é a Páscoa, nem o almoço em família, nem aquele ovo de chocolate especial. O que realmente pesa são os hábitos desequilibrados que você cultiva durante os outros dias do ano. Datas comemorativas não devem ser vilãs, e sim momentos de afeto e celebração — com comida, claro, mas também com moderação e consciência.
Chocolate faz mal?
O chocolate em si não é um vilão. Quando consumido com moderação, especialmente em versões mais puras, como os chocolates com 70% de cacau ou mais, ele é benéfico. O cacau é rico em flavonoides, compostos antioxidantes que contribuem para a saúde do coração, melhoram o humor e combatem o envelhecimento precoce. O chocolate 70% é uma excelente opção para quem quer unir prazer e saúde: tem menos açúcar, mais fibras, gorduras boas e maior concentração de antioxidantes. Já o chocolate 100% cacau é bem mais intenso, amargo e exige paladar mais habituado — não contém açúcar e, por isso, costuma ser mais indicado para usos culinários ou para quem já aprecia sabores bem marcantes. Ainda assim, mesmo essas versões mais saudáveis devem ser consumidas com parcimônia.
Consumo
Não há um número mágico, mas especialistas costumam sugerir entre 20 a 30 gramas por dia de chocolate amargo (cerca de dois quadradinhos). O segredo está no equilíbrio: saborear conscientemente, sem pressa, e preferir qualidade à quantidade.
Light e diet
É comum, nesta época, surgirem dúvidas sobre os produtos “light” e “diet” — que passam muitas vezes uma falsa ideia de serem mais saudáveis.
Chocolate diet é aquele sem adição de açúcar, geralmente feito para pessoas com diabetes. Mas atenção: ele pode conter mais gordura do que o convencional para manter o sabor e a textura. Ou seja, não necessariamente é menos calórico.
Chocolate light tem uma redução de algum ingrediente, que pode ser açúcar, gordura ou sódio. A promessa de ser mais “leve” pode não significar muito em termos de saúde, dependendo da composição. Um chocolate amargo bem feito, mesmo não sendo “diet” ou “light”, é mais interessante para a saúde do que versões ultraprocessadas disfarçadas de saudáveis.
Calorias
O chocolate branco costuma ser o mais calórico. Ele não leva massa de cacau (ou leva em quantidades mínimas), sendo feito basicamente de manteiga de cacau, açúcar e leite — ou seja, muita gordura e açúcar, com poucos (ou nenhum) dos benefícios do cacau puro. Na sequência, vêm os chocolates ao leite e os recheados, que acumulam calorias e ingredientes ultraprocessados. Já os chocolates amargos, apesar de também calóricos, têm densidade nutricional melhor.
A Páscoa pode, sim, ser doce — e com chocolate! O segredo está em aproveitar com equilíbrio, sem culpa e sem exageros.
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Saiba mais sobre o médico Rafael Coelho @rafaelcoelhomed – www.rafaelcoelhomed.com.br
O 34º Congresso Fehosp contará com o lançamento do ‘Apoio Provision 2.0’ e a apresentação de diversas soluções do Ecossistema MV
Levar inovação e as mais recentes tecnologias às entidades filantrópicas é uma prioridade. É com esse propósito que a MV, empresa de desenvolvimento de softwares para a saúde, estará ao lado da Apoio, empresa do Ecossistema MV, na 34ª edição do Congresso Fehosp. Com destaque para o Prontuário Eletrônico da América Latina e suas soluções com apoio de IA, a MV leva ao seu estande demonstrações e apresentações de cases práticos. Já a Apoio, empresa de soluções digitais para cotações inteligentes fará o lançamento da nova versão do ‘Apoio Provision 2.0’, seu mais recente software para gestão de suprimentos. Já consolidado no mercado de saúde filantrópico, o produto tem como missão tornar a gestão de estoque ainda mais eficiente, independente e proativa dentro dessas instituições. O evento, voltado para provedores, presidentes e diretores das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo, acontecerá de 15 a 17 de abril, no Royal Palm Hall, em Campinas (SP). Além de apresentar os diferenciais que as tecnologias desenvolvidas pelo ecossistema MV geram para instituições filantrópicas, Paulo Magnus, CEO da MV, também comandará uma palestra com o tema “Do sonho à realidade: como a tecnologia e a IA estão moldando o futuro da saúde”. O encontro, aberto aos participantes do evento, acontece na quinta-feira (17), das 11h15 às 11h45.
Cirurgia de catarata devolve a qualidade da visão e reduz o risco de demência em idosos
Oftalmologista Bernardo Cavalcanti - Foto: Divulgação
Estamos no mês do Abril Marrom, campanha realizada para aumentar a conscientização sobre a importância de prevenir doenças oculares que podem provocar a perda da visão. Entre elas a catarata, principal causa de cegueira reversível no mundo, ou seja, que tem tratamento para que o paciente volte a enxergar e a interagir com o mundo. A catarata senil, que começa a se manifestar a partir dos 55 anos, é a forma mais comum da doença. Essa condição ocorre por um processo degenerativo do cristalino, a lente transparente natural do olho que se torna cada vez mais opaca e dura. Um dos sintomas mais precoces é a visão noturna mais fraca, causando inclusive dificuldade para dirigir à noite. A pessoa também pode passar a sentir maior sensibilidade à luz, visão embaçada, redução do brilho e da intensidade das cores.
Os sinais geralmente surgem de forma leve e podem demorar a serem percebidos, enquanto a catarata evolui lentamente por anos, comprometendo a qualidade de vida. O diagnóstico é feito durante uma consulta de rotina com seu oftalmologista. Por isso é fundamental que, mesmo na ausência de sintomas, sejam agendadas visitas anuais para uma avaliação da saúde ocular. A cirurgia é a única forma de devolver a qualidade da visão. Durante o procedimento, é realizada uma pequena incisão na córnea, estrutura transparente localizada na frente do olho, para que seja acessado o cristalino. Com o uso de um aparelho semelhante a uma microcaneta, o cristalino com catarata é fraturado e aspirado, para ser substituído por uma lente intraocular.
Hoje são utilizadas lentes intraoculares desenvolvidas por tecnologias avançadas, capazes de corrigir erros refrativos como miopia, hipermetropia, astigmatismo ou presbiopia, a chamada vista cansada. Dessa forma, o paciente que passa pelo procedimento cirúrgico para tratar a catarata, muitas vezes, consegue eliminar a dependência dos óculos. É interessante destacar que o sentido da visão está presente em mais de 80% das formas como as pessoas interagem no seu dia a dia. Essa é uma situação tão relevante que alguns estudos mostram o benefício da cirurgia de catarata em reduzir o risco de doenças degenerativas, como demência, em idosos.
Um deles, feito pela Universidade de Washington (AQUI) em parceria com o Kaiser Permanente, dos Estados Unidos, analisou dados de cerca de três mil pessoas com mais de 65 anos. Foi verificada uma redução do risco de Alzheimer entre os participantes que fizeram o procedimento, reforçando a importância da função visual para as atividades cognitivas¹. Além da forma senil, relacionada com o envelhecimento, a catarata pode ser congênita, presente no nascimento, ser consequência de traumas no olho, do uso de alguns medicamentos ou de doenças como o diabetes mal controlado. Bastante segura, a cirurgia pode ser realizada em pessoas de qualquer idade. Depois, basta o paciente seguir as recomendações médicas para garantir uma recuperação tranquila.
Bernardo Cavalcanti é oftalmologista do HOPE - Hospital de Olhos de Pernambuco.
"Saúde e Bem-estar" é atualizada toda segunda-feira no Portal Folha de Pernambuco
Colaboração: jornalista Jademilson Silva
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@jademilsonsilva