Estudantes pernambucanos desenvolvem tecnologia para enfrentar as mudanças climáticas

O aumento dos eventos extremos causados pelas mudanças climáticas impulsiona a busca e o desenvolvimento de soluções capazes de enfrentar os transtornos. Alinhada a esse pensamento, uma startup do Porto Digital desenvolveu uma iniciativa capaz de minimizar os impactos dos alagamentos no Recife. 

De acordo com um levantamento realizado pelo Climate Central, a capital pernambucana é uma das sete cidades brasileiras mais ameaçadas pelo aumento do nível do mar. 

Para ajudar no enfrentamento da questão climática, a startup “Ih, alagou” desenvolveu um sistema com um dispositivo com eletrônica embarcada (quando se acopla um dispositivo eletrônico), que mede o nível dos rios e de alagamentos na cidade. Em seguida, as informações são enviadas para um banco de dados que disponibiliza as medições para os agentes interessados. 

O trabalho foi desenvolvido por estudantes pernambucanos e conta com o gerenciamento de Lucas Leonides, estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) no Senac e da Residência Tecnológica do Porto Digital.

Estudantes pernambucanos responsáveis pela iniciativa | Foto: Arquivo pessoal

O grupo de estudantes é composto ainda pelas também estudantes de ADS no Senac e da Residência Maria Vitória e Gabriela Maia, que são desenvolvedoras Back e Front-end, respectivamente; Bruna Thamires, professora de Geografia e pesquisadora; e Lucas Quadros, estudante de Engenharia Eletrônica e desenvolvedor IOT.

Reconhecimento
O projeto desenvolvido pelos pernambucanos já está sendo apresentado em alguns desafios e premiações. Até agora, o “Ih, alagou” conquistou o primeiro lugar na maratona de programa da Prefeitura do Recife, Hacker Cidadão 11.0 e levou uma premiação no valor de R$ 10 mil que deverá ser utilizada para dar continuidade ao desenvolvimento do projeto.

Eles também ficou no topo do pódio na Maratona de Negócios do Sebrae e conquistou o Prêmio Limcs de inovação durante a 11ª Semana Socioambiental da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).  

Atualmente, um protótipo funcional do “Ih, alagou” já está instalado no Espaço Ciência, em Olinda, na área próxima ao Canal do Tacaruna.

“Esse protótipo realiza o monitoramento do nível do canal. Nosso objetivo é implementar algumas provas de conceito junto a defesas civis interessadas para monitoramento do dispositivo durante o inverno”, explica Leonides.

Acelerando
Atualmente, a equipe do projeto está envolvida em dois programas de aceleração de startups: o BNDES Garagem e o Startup NE PE.

“Na seleção do BNDES Garagem, mais de 1,5 mil startups se inscreveram. Passamos para a fase de entrevista, seguimos para o due diligence, veio o pitch e começamos o processo de aceleração junto a 50 startups. Na segunda fase, que foi a análise de desenvolvimento do plano de trabalho e apresentação do pitch, chegamos entre as 25 selecionadas para a fase final”, celebra Lucas.

No Startup NE PE, o grupo de estudantes foi selecionado via edital, com análise do pitch em vídeo e submissão de formulário. Passaram pelo processo de pré-aceleração e foram aprovados para a fase final de aceleração, após uma banca avaliar o projeto.

Para Lucas, a participação exitosa nesses editais impacta diretamente no desenvolvimento da “Ih, alagou”.

“Com a participação nos programas, várias oportunidades se abriram, como algumas parcerias, conexões e a própria credibilidade para a nossa marca, já que somos uma startup recente, e essa validação agrega muito valor a ela”, finaliza.

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