A agroecologia como ferramenta essencial na luta contra a fome
Projeto abrange a implantação de tecnologias alternativas e a produção de alimentos em harmonia com o meio ambiente
A Escola de Agroecologia do Recife, localizado no Cordeiro, em parceria com o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do bairro, realiza a oficina "Da terra à mesa: Práticas Agroecológicas e Segurança Alimentar e Nutricional", nesta quinta-feira, no Sítio Natan Valle. As aulas são baseadas no ciclo "comer, compostar, adubar, plantar, cuidar, colher, comer". As atividades atendem populações vulneráveis, muitas delas sem alfabetização formal, promovendo um aprendizado prático e acessível, com conceitos e técnicas diretamente aplicáveis à realidade dessas pessoas.
O curso, com duração de quatro meses, é dividido em oito módulos e aborda temas como agroecologia, soberania alimentar, plantio, ervas medicinais, plantas alimentícias não convencionais (PANCS) e gestão de resíduos sólidos. Nas aulas práticas, os participantes aprendem desde técnicas de plantio em canteiros e bandejas até o manejo do solo, tecnologias alternativas, compostagem, uso de materiais recicláveis e produção de repelentes naturais. O espaço também conta com um projeto de aquaponia, que está em fase de cultivo e utiliza a água dos peixes para irrigar as plantas.
“A agroecologia é uma ferramenta essencial na luta contra a fome e na construção de uma sociedade mais justa e sustentável. O Sítio Natan Valle - Escola de Agroecologia se inspira na luta e nas ideias desses dois ativistas para mostrar como elas podem ser aplicadas em um contexto urbano, promovendo a sustentabilidade e a segurança alimentar”, afirma a secretária executiva de Agricultura Urbana do Recife, Adriana Figueira.
SÍTIO NATAN VALLE
A Escola de Agroecologia do Recife é um marco de inovação socioambiental. Integrando sustentabilidade e inclusão social, o projeto abrange desde a implantação de tecnologias alternativas e a produção de alimentos em harmonia com o meio ambiente até o atendimento de populações em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Em um espaço de 7 mil metros quadrados no bairro do Cordeiro, o sítio abriga uma diversidade de espécies e realiza compostagem com resíduos orgânicos provenientes de dois restaurantes próximos e de podas realizadas pela Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb). Com 48 canteiros produtivos, a escola produz 300 mudas semanais, das quais parte é destinada a atividades diversas e unidades produtivas promovidas pela Secretaria Executiva de Agricultura Urbana (SEAU).