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despedida

31º Festival de Inverno de Garanhuns encerra com Baby do Brasil

Almério e Frejat trouxeram músicas de Cazuza em seus repertórios. A noite também teve apresentações de Rogéria Dera e Uptown Blues Band com Derico Sciotti

Baby do Brasil foi a derradeira atração do 31º FIGBaby do Brasil foi a derradeira atração do 31º FIG - Foto: Felipe Souto Maior - SecultPE/Fundarpe

Última noite do Festival de Inverno de Garanhuns, neste domingo (30). A atração responsável por encerrar esta 31ª edição do FIG foi a cantora Baby do Brasil, que se apresentou no Palco Mestre Dominguinhos, com um show que fez um apanhado da sua carreira solo e trouxe, também, algumas homenagens. Mas, o compositor mais cantado neste encerramento, sem dúvida, foi Cazuza, cantado nos shows de Almério e de Frejat. A noite também contou com shows de Rogéria Dera e Uptown Blues Band + Derico Sciotti.

Agora, só ano que vem, com data divulgada pela Secretaria de Cultura de Pernambuco: o 32º FIG está previsto para acontecer, segundo do Governo do Estado, de 18 a 28 de julho de 2024.

O poeta está vivo na voz de Almério
Quem abriu a noite do Palco Dominguinhos foi o pernambucano Almério. O cantor de Altinho, que iniciou sua vida artística em Caruaru e já ganhou o Brasil com sua voz e interpretação particulares, trouxe ao FIG 2023 o show do seu álbum “Tudo é amor”, em que canta músicas de Cazuza.

Almério no FIG 2023Almério apresentou músicas - de Cazuza - que estão no seu álbum "Tudo é amor". Foto: Felipe Souto Maior - SecultPE/Fundarpe

“Trazer a minha voz agrestina pra obra de Cazuza era um desafio. E por cantar muito na noite, eu pensava que era fácil. Quando eu fui achar o meu jeito de cantar essas canções imortalizadas e consagradas na voz dele, quando eu vi a identidade do cara na minha frente, minha perna bambeou”, confessou o artista em entrevista coletiva.

Almério parece ter conseguido achar um tom muito próprio de interpretar essas músicas. Tocante e vibrante, não só na voz, mas no gestual, na presença de palco e na relação com a plateia. Ele abriu o show com “Vai à luta”. Na sequência, “Amor, amor” e “Todo amor que houver nessa vida”. Em um formato enxuto – Juliano Holanda (guitarra), Rapha B (bateria), Rogê Victor (baixo) e Lima (teclado) – as canções ganharam arranjos na pegada dos anos 1980.

“Queria ter uma bomba” ganhou uma interpretação tocante. A partir de “Exagerado”, ele pareceu ter conquistado de vez a plateia, a quem chamou a participar, acendendo os celulares em “Um trem para as estrelas”. Almério também homenageou a cantora Rita Lee – falecida em maio deste ano – cantando “Perto do Fogo”, parceria dela com Cazuza, também gravada no disco.

A partir daí, o show foi apinhado de indefectíveis sucessos do cantor e compositor carioca. “Blues da Piedade”, “Bete Balanço”, “O nosso amor a gente inventa”, “Brasil”, “O tempo não para”, “Codinome Beija Flor” e “Pro dia nascer feliz” - com a qual encerrou o show - estavam no repertório.

O parceiro do poeta
Algumas das músicas cantadas por Almério no show que ele fez no FIG têm a assinatura de Cazuza e de outro compositor que também subiu ao Palco Dominguinhos na noite de ontem (29): o cantor e guitarrista Frejat foi o principal parceiro de Cazuza durante o período em que ambos estiveram no Barão Vermelho.

Egresso da banda em 2017, Frejat seguiu em carreira solo - na verdade, já havia lançado alguns discos sob a sua assinatura antes de seguir em definitivo sem a banda que o consagrou. E nesse show no FIG, ele apresentou um mix de canções suas com Cazuza e de sua carreira solo. Rock, blues e baladas é o tripé que define o DNA musical de Frejat, que cantou também músicas com uma pegada mais pop soul, como “Puro êxtase”, e “Me dê motivo”, de Tim Maia.

Frejat no FIG 2023Frejat também trouxe muitas canções feitas em parceria com Cazuza. Foto: Felipe Souto Maior - SecultPE/Fundarpe

As românticas “Por você” e “Segredos” compuseram o repertório”, assim como algumas canções que já haviam sido cantadas no show de Almério, como “Bete Balanço”, “Codinome Beija Flor” e “Pro dia nascer feliz” (Frejat também encerrou com ela o seu show). Outra da dupla Cazuza-Frejat foi “Malandragem”, sucesso na voz de Cássia Eller.

Telúrica
O FIG se despediu de Garanhuns, já na madrugada de hoje (31), com o show de Baby do Brasil. Baby - que já foi Consuelo - é ex-integrante dos Novos Baianos, apesar de ser niteroiense de nascimento (o sotaque entrega). O que sempre chamou a atenção nela foi seu visual “telúrico” - cabelos azul e cor-de-rosa - e sua energia jovem, que permanece até jovem, mesmo aos 70 anos de idade.

Baby abriu o show com “Cósmica”, composição sua, e “Paz e amor”, feita em parceria com Pepeu Gomes, ex-marido e ex-companheiro de Novos Baianos. “Meu ex, mas super meu amigo, pai da minha meia dúzia de filhos”, disse Baby, ao exaltar o guitarrista. E de Pepeu, na sequência, ela cantou “Um raio laser” e “Fazendo música, jogando bola”

Baby do Brasil no FIG 2023Baby do Brasil e sua banda.. Foto: Felipe Souto Maior - SecultPE/Fundarpe

Essa não foi a primeira vez de Baby no FIG. Em 2017, ele também se apresentou no Palco Mestre Dominguinhos. Mesmo com todo seu carisma e astral para cima, ela repetiu o mesmo que fizera em 2017: durante diversas vezes, ao longo do show, ela pedia algum ajuste técnico de som, em meio às músicas. Mas isso não parece ter quebrado o clima, tamanha a simpatia que ela despertou no público.

Ela cantou, durante o show, clássicos de sua carreira, como “Telúrica e “Menino do Rio”. Fez uma homenagem  duas cantoras da sua geração que partiram recentemente: Rita Lee, cantando “Mania de você”, e Tina Turner, com “The best”.

Encerrando o show, já depois das 3h da manhã de hoje (31), Baby do Brasil cantou mais dois clássicos do seu repertório: “Sem pecado, sem juízo” e “Brasileirinho”. Quem foi vê-la esperando que cantasse alguma dos Novos Baianos, se decepcionou. Mas, certamente, e divertiu com o jeito único de Baby conduzir seu show, sua banda e até mesmo a plateia.
 

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