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De outras vidas

Antônio Fagundes celebra mensagem de esperança de "A Viagem"

Com a terceira reprise da novela na tevê aberta, o ator volta a perceber a curiosidade e o carinho do público em torno de um de seus personagens mais marcantes

Com a terceira reprise da novela na tevê aberta, Antônio Fagundes, volta a perceber a curiosidade e o carinho do público Com a terceira reprise da novela na tevê aberta, Antônio Fagundes, volta a perceber a curiosidade e o carinho do público  - Foto: Divulgação/Globo

Todas as novelas têm um fim. Alguns personagens, entretanto, permanecem na vida de seus intérpretes. É essa a relação de Antonio Fagundes com o advogado Otávio Jordão, protagonista de “A Viagem”. Com a terceira reprise da novela na tevê aberta, o ator volta a perceber a curiosidade e o carinho do público em torno de um de seus personagens mais marcantes.

“Eu fico muito impressionado com a longevidade e a popularidade dessa trama. É uma felicidade saber que ‘A Viagem’ foi a novela escolhida para ser reprisada em comemoração aos 60 anos da Globo. É, de fato, uma obra icônica”, valoriza.

Natural do Rio de Janeiro, Fagundes é do tipo que trata a profissão de ator sem muitos floreios. A visão por vezes pragmática é responsável pela aura de profissionalismo que se criou em torno dele.

“Sou pontual, dedicado e decoro texto com muita facilidade. Não sei ser diferente”, garante.

Com passagem pela extinta Tupi – onde estreou em “Nenhum Homem é Deus”, de 1969 –, foi na Globo que Fagundes conquistou boa parte dos grandes papéis de sua carreira, em produções como “Carga Pesada”, “O Dono do Mundo”, “O Rei do Gado”, “Renascer” e, mais recentemente, em “Amor à Vida” e “Bom Sucesso”.

Em 2022, o vínculo de exclusividade com a emissora chegou ao fim depois de mais de quatro décadas. “São as novas políticas da casa. E, no fundo, é uma tática boa para todo mundo. Essa movimentação dos atores em torno dos próprios desejos é muito interessante”, avalia o ator que, no momento, se dedica ao teatro ao lado de Christiane Torloni, seu par romântico em “A Viagem”.

A dupla está em turnê com a peça “Dois de Nós”, de Gustavo Pinheiro. “Eu e Chris ficamos muito amigos durante a novela e sempre acalentamos esse desejo de fazer teatro juntos. A gente só não imaginava que isso só aconteceria 30 anos depois”, ressalta, entre risos.

“A Viagem” é uma das novelas mais reprisadas do catálogo da Globo. Como é a repercussão a cada nova exibição da trama?

É sempre uma festa. “A Viagem” tem sido marcante ao longo de todos esses 30 anos. As pessoas, mesmo aquelas que já viram a novela, voltam a rever. Então é um marco, digamos, na história da teledramaturgia, por causa dessa alegria que as pessoas têm cada vez que ela volta. E esse sentimento passa para nós, que tivemos o prazer de fazer.

Por que você acha que a obra mexe tanto com o público?

A história é muito envolvente e leva conforto e esperança ao telespectador ao abordar de forma tão bonita a doutrina kardecista. Não é tão comum, mas é um caso onde o remake consegue estar em pé de igualdade com o original, dos anos 1970.

Você tinha alguma relação com o kardecismo antes de “A Viagem”?

Não. Fui escalado para a novela sem saber muita coisa sobre o tema. Mas, naturalmente, comecei a me informar e me preparar. Li a obra do Kardec e troquei ideias com alguns colegas que já tinham conhecimento do assunto. Entrar em contato com essa doutrina – que não é uma religião – mudou minha vida.

Em que sentido?

São reflexões filosóficas muito reconfortantes, de uma beleza realmente fabulosa. Não é à toa que a novela emociona mesmo quem não segue a doutrina, porque dá esperanças de que a vida continua, de que se pode encontrar com os entes queridos depois. Isso é uma mensagem que a novela passa e que eu acho que pode ser importante para muita gente. E, naturalmente, mexeu com a minha forma de encarar a vida e a morte também.

Qual sua principal lembrança dos bastidores da trama?

O clima das gravações era maravilhoso, muita gente querida nos estúdios. Isso fez com que a novela se desenvolvesse com muita tranquilidade e eu tenho a impressão de que isso passa para a tela quando o público assiste. E foi meu grande encontro artístico com a Christiane Torloni. A gente já tinha feito algumas coisas na tevê, mas foi em “A Viagem” que nossa amizade realmente se firmou. E dura até hoje.

“A Viagem” – Globo – de segunda a sexta, às 17h.

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