Artista plástico recifense Feliciano dos Prazeres busca inspiração
Rua, praias, cidade e feiras são parte importante no processo para composição de pinturas
Este ano, uma das telas de Feliciano - intitulada “Mangues da Aurora” foi escolhida pela Folha de Pernambuco, empresa da qual ele é um dos funcionários, para compor o calendário de 2017 do Grupo EQM. “Foi uma surpresa. As pessoas conheciam meu trabalho e de repente me chamaram para comunicar que meu quadro estaria no calendário, que será uma forma de divulgar minhas pinturas, de distribuir arte, que é uma coisa boa na vida das pessoas”, comentou.
Na carreira, ele se dedicou à aquarela, uma das técnicas de pinturas mais complexas, durante 13 anos, período em que ilustrou jornais, revistas, livros e cartilhas. Até que decidiu migrar, há quatro anos, para a tinta acrílica, após ser descoberto pelo artista plástico Mané Tatu. “Foi ele quem me puxou. Ele viu algumas caricaturas que fiz e ficou encantado. Fiquei desconfiado no começo, mas todas as referências me falaram bem dele. Então, fui até a casa dele e mostrei meu trabalho, quando ele me pediu um desenho exclusivo para um evento”, lembrou.
A partir daí, Feliciano consagrou-se também artista plástico e passou a fazer parte do circuito de profissionais em Pernambuco. Produz eventos e peças publicitárias, além de já ter participado de exposições locais. “Fui vendo que existe mercado no Recife. Não sabia que era possível viver de arte, muito embora o movimento daqui seja parado em relação ao de São Paulo”, acrescentou.
O processo de criação de Feliciano está intimamente ligado ao cotidiano. Pessoas, frutas, barcos, animais e bicicletas, tudo que faz parte de sua rotina é retratado em telas. “Estou sempre na rua, em praias, na cidade, na feira e esses cenários vão criando o imaginário artístico e me motivam a pintar. Eu olho uma favela e não vejo a pobreza, o barraco ou o lixo. Eu vejo cores, a emoção e pinto a poesia. A verdade do ambiente é que compõe a verdade da minha pintura. Ela carrega um sentimento real e que é incorporado ao sentimento do artista e, consequentemente, ao do espectador”, explicou.