Ator de "Conclave" abandonou carreira de arquiteto para se tornar ator: "Um salto de fé"
Carlos Diehz estrelou ao lado de Ralph Fiennes um filme sobre a eleição papal; A morte do Papa Francisco impulsionou o sucesso global do longa vencedor de uma categoria no Oscar
Carlos Diehz, nascido em 1971 na Cidade do México, trabalhou como arquiteto por três décadas antes de iniciar uma carreira de ator que o levaria a participar de uma produção de alto nível em Hollywood.
Sua vida profissional deu uma guinada durante a pandemia da Covid-19, quando ele decidiu retomar um sonho que estava adormecido desde a adolescência.
Quando seu filho saiu de casa para começar a faculdade, Diehz encontrou espaço em sua rotina para explorar a atuação novamente. Em suas palavras, “foi um salto de fé”.
Ela começou a treinar por meio de aulas virtuais e, em 2022, participou dos curtas-metragens It Gets Dark Too Early e The Vegan Vampire. No entanto, o momento mais relevante de sua carreira aconteceu em 2024, quando ela integrou o elenco de Conclave, filme dirigido por Edward Berger, baseado no romance homônimo de 2016 escrito por Robert Harris e com roteiro de Peter Straughan.
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Na obra, ele interpretou Vincent Benítez, um arcebispo mexicano de Cabul, nomeado secretamente pelo Papa, que comparece ao Vaticano para participar da eleição de um novo Sumo Pontífice.
Impacto global após a morte do Papa
Na segunda-feira, 21 de abril, a morte do Papa Francisco aos 88 anos causou um impacto global. Na Praça de São Pedro, numerosos fiéis se reuniram para prestar homenagem. Ao mesmo tempo, o público de Conclave, um filme que reflete o processo de eleição papal, aumentou significativamente.
O crescimento de sua popularidade foi notável. Segundo a Vanity Fair, citando dados da plataforma Luminate, o filme registrou 1,8 milhão de minutos de exibição em 20 de abril, número que subiu para 6,9 milhões no final do dia 21, o que representa um aumento de 283%.
O filme, que retrata a dinâmica interna do Vaticano durante um conclave com elementos fictícios, contou com atores conhecidos como Ralph Fiennes, Stanley Tucci, Isabella Rossellini e John Lithgow. Conclave recebeu oito indicações ao Oscar, ganhou a estatueta de Melhor Roteiro Adaptado, foi premiado como Melhor Filme no BAFTA Awards e recebeu os prêmios de Melhor Elenco no Screen Actors Guild Awards (SAG) e no Critics' Choice Awards.
Uma transição inesperada para Hollywood
Carlos Diehz disse ao El País mexicano em fevereiro que não esperava a magnitude da recepção do filme: "A recepção foi incrível; foi muito além do que eu esperava. E acho que a maioria de nós (porque a eleição papal pode ser um assunto potencialmente chato) não sabia realmente para onde o filme iria. Poderia ser um sucesso, como é, ou poderia ser um fracasso, como dizem. No entanto, a história é bastante envolvente; ela te prende."
Ele também mencionou o que significou para ele fazer parte de um projeto liderado por Fiennes: "Tanto o livro quanto o roteiro do filme são realmente emocionantes. Desde o início, ver que Ralph Fiennes já estava trabalhando no filme, mesmo como produtor, foi uma garantia e um incentivo para dizer: 'Eu quero este projeto.'"
Durante as filmagens, ele recebeu apoio de vários colegas de elenco. Nesse sentido, ela compartilhou uma experiência com John Lithgow: “Quando pedi conselhos a John sobre o medo do palco, ele disse: 'Ele nunca passa, você só aprende a lidar com ele. Se você tem medo do palco, é porque se importa em fazer bem; é bom que você sinta isso.'”
Projetos futuros e vínculos com a arquitetura
Apesar do impacto internacional de seu papel no Conclave, Diehz disse que não tem planos de abandonar sua formação original. Ele explicou que participou de audições para novos projetos, embora não tenha fornecido detalhes específicos. "Vamos ver o que acontece. Há milhares de pessoas para cada função, mas continuamos firmes. Enquanto isso, também tenho muito o que fazer na arquitetura; a vida continua."
Uma mensagem após a morte de Francisco
Após a morte do Papa Francisco, o ator postou uma mensagem em sua conta do Instagram. “Obrigado, Papa Francisco, por seu trabalho e amor. Especialmente por estender a mão aos tradicionalmente marginalizados. Sentiremos sua falta”, escreveu Diehz em sua despedida pública ao pontífice argentino.