Bazar com peças de Elke Maravilha é criado para viabilizar exposições
Ficam reservadas preciosidades como figurinos da época em que Elke era jurada no programa do Chacrinha
Um bazar com peças de Elke Maravilha, morta em agosto, está sendo organizado pelo irmão da artista Frederico Grunnup e pelo ex-produtor Maurílio Domiciano como forma de viabilizar um instituto em sua homenagem e exposições de seu acervo.
Domiciano explica que o projeto é antigo, mas ganhou força com a necessidade da devolução do apartamento alugado de Elke, no bairro carioca do Leme, onde as extravagantes peças estão reunidas. "O bazar é uma base para pensar um projeto inicialmente com duas exposições, uma no Rio e outra em São Paulo, além de uma terceira mais compacta e itinerante, indo para vários cantos, como Elke sempre fez", conta o produtor, que estima pelo menos dois anos para tirar a ideia do papel.
Domiciano conta que após a morte de Elke a Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio do secretário de Cultura, teria demonstrado interesse em realizar uma exposição, mas não deram continuidade, restando a ele e a Grunnup elaborar o projeto. "A ideia é que o acervo vá para um espaço de visitação pública, administrado pela família, e que sirva para pesquisas sobre a trajetória de Elke, o pensamento e a forma com que ela sempre viveu", diz o organizador, evidenciando o desejo de que o acervo fique disponível a públicos de diferentes Estados.
A dupla ainda não sabe ao certo com quantas peças está lidando, mas estima haver pelo menos mil, entre roupas, acessórios, quadros e objetos diversos. Nem mesmo uma centena delas está à venda com o objetivo de arrecadar cerca de R$ 50 mil a serem destinados à manutenção do acervo. Entre os itens que podem ser comprados no local ou pelo site do bazar, até o dia 20 de novembro, estão peças mais simples, como camisetas, perucas, botas e bolsas que vão de R$ 90 a R$ 4 mil.
Para as exposições, ficam reservadas preciosidades como figurinos da época em que Elke era jurada no programa do Chacrinha, a camisa que ganhou de Mané Garrincha ao assistir a um amistoso do craque -na ocasião, a peça deveria ter sido dada de presente ao então governador de São Paulo, José Maria Marin, a qual mantinha emoldurada em sua sala, além do famoso colar, com mais 500 pingentes, que serviu de relicário da artista por mais de quatro décadas.