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Beth da Matta apresenta performance 'Reconciliação'

Unindo arte e gastronomia, Beth da Matta parte do milho crioulo para compartilhar reflexões desenvolvidas ao longo de dois meses de residência artística em Portugal

Beth da Matta é também diretora do Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (MAMAM)Beth da Matta é também diretora do Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (MAMAM) - Foto: Érico Souza/Divulgação

A artista plástica pernambucana Beth da Matta leva ao público a performance “Reconciliação”, nesta terça-feira (3), às 17h, no espaço cultural Garagem 94, localizado no Bairro do Recife. Durante a apresentação, que é fruto de uma residência de dois meses em Portugal, será realizado bate-papo com a crítica de arte Joana D'Arc.

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Atual diretora do Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (Mamam), Beth da Matta procurava se reaproximar do papel de criadora, que ficou estagnado em função das atividades como gestora pública. A vivência em terras lusitanas também representou para a artista a possibilidade de uma jornada pessoal e afetiva.

“Queria pesquisar o que havia de Portugal dentro de mim, já que uma parte da minha família vem de lá”, conta. Do tempo residindo em Lisboa, Beth guarda um sentimento de familiaridade. “Era uma semelhança tão grande que chegava a incomodar. Às vezes sentia que estava em Garanhuns, cidade da minha família, comendo um guisado no meio da feira”, compartilha.

Descolonização


A experiência em Portugal acabou gerando em Beth da Matta um processo que ela classifica como descolonização afetiva. “A gente aprende como a colonização não foi uma coisa boa para o Brasil, mas a residência fez com que eu vivenciasse isso de forma diferente. Precisamos rever essa colonização e reescrever nossa história”, defende.

O contato com sua origem europeia fez com a artista buscasse maior conexão com seu lado indígena. “Os povos indígenas foram muito silenciados. Há pouco conhecimento sobre sua cultura. Após essa experiência de descolonização, estou em reconciliação com quem sou de fato”, afirma.

Formada também em gastronomia, a artista faz essa ligação com a cultura indígena a partir de um alimento. Durante a performance, ela apresenta dados sobre a produção e o consumo do milho crioulo, em comparação com o transgênico. “Os guaranis conseguiram preservar as sementes e o modo de cultivo do milho crioulo. É um ato de resistência, diante da voraz produção industrial”, aponta. Na ocasião, será servida panelada de angu com galinha guisada. 

Serviço:
Performance “Reconciliação”, de Beth da Matta
Nesta terça-feira (3), às 17h
Garagem 94 (Rua do Apolo, 94, Bairro do Recife)
Entrada gratuita
Informações: (81) 99617-0281

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