Black Mirror: O futuro já está entre nós
Série entra na terceira temporada pela Netflix, com seu olhar pessimista sobre tecnologia
E se pessoas pudessem ser avaliadas assim como restaurantes e estabelecimentos? Ou se jogos de computador pudessem usar seus maiores medos para lhe entreter? É em cenários como estes que a terceira temporada de “Black Mirror” se desenvolve. Criada pelo britânico Charlie Brooker, a série volta pela Netflix com seis capítulos independentes, tocando justamente na linha tênue entre ética, humanidade e o uso dessas tecnologias.
Esse olhar pessimista da série sobre as tecnologias e o terror que ela passa ao público não é desmedido ou desproposital. “Black Mirror”, apesar de ser desde sua primeira temporada baseada em histórias independentes e com múltiplos diretores, possui uma linha narrativa que os amarra entre si, tendo o roteiro de cada episódio bem amarrado.
Esse caráter independente é o que faz com que cada relato traga uma mensagem para que reflitamos sobre o caminho que essas tecnologias têm tomado em nossa vida enquanto seres sociais. É uma crítica sobre o que já temos hoje e um alerta do que pode vir a acontecer, muito além dos clichês que o gênero pode trazer.
A união da mente de Brooker com as possibilidades que o canal de streaming fornece dão o aparato para acreditarmos que “Black Mirror” não pare por aí, já que limite é uma palavra que não define a série. Afinal, a tecnologia oferece múltiplas perspectivas - seja no mundo real, seja na ficção.