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"Boca a Boca": Adolescentes são infectados por vírus misterioso em nova série brasileira da Netflix

Criada por Esmir Filho, produção conta com Thomás Aquino, Denise Fraga, Bruno Garcia e Grace Passô no elenco adulto

Foto: Divulgação/Netflix

A trama de “Boca a Boca”, nova série brasileira da Netflix, com estreia prevista para 17 de julho, não poderia ser mais atual. Em meio à pandemia de coronavírus, a ficção mostra ao público uma cidade rural atormentada por um vírus mortal transmitido pela saliva. A obra, que conta com seis episódios de 45 minutos cada, tem como showrunner o cineasta Esmir Filho.

Apesar da incrível coincidência, o projeto é anterior à descoberta da Covid-19. O anúncio da produção foi realizado pela plataforma de streaming em junho de 2019 e as gravações ocorreram entre julho e setembro do mesmo ano. Embora nem imaginasse o momento peculiar que o planeta enfrenta hoje quando idealizou a obra, Esmir - que assina direção e roteiro da série - conta que se inspirou em outras doenças que marcaram a história mundial.



“Acredito que os comportamentos sociais frente a uma epidemia são muito parecidos. Há sempre um quadro de pânico, medo, desconfiança, preconceito, discriminação e, por outro lado, busca-se construir o afeto, o acolhimento e a compreensão”, comenta o criador do seriado.

O enredo tem como foco os alunos de uma escola modelo localizada em Progresso, município fictício do interior do País. Depois de uma noite de festa, uma infecção desconhecida começa a se espalhar entre os adolescentes locais. Tudo o que se sabe é que o beijo é a principal forma de contágio. A doença altera completamente o cotidiano desta comunidade aparentemente pacata.

“Queria muito falar dessa juventude de hoje, tão mergulhada na conexão virtual, e de como ela lida com o físico. Comecei a desenvolver essa história, que chamo de fábula do afeto, a partir de três protagonistas e suas relações com os corpos e a sexualidade”, diz Esmir. Os atores Iza Moreira, Michel Joelsas, Caio Horowicz dão vida ao trio principal da trama.

Tocando em temáticas que vão além da propagação de um vírus, Esmir fez de sua cidadezinha imaginária um microcosmo do Brasil de hoje. “Progresso não tem esse nome à toa. É, sim, uma ironia, porque essa cidade representa uma onda conservadora de vozes que querem calar as vontades e as multiplicidades. Só que os jovens da série estão aí para experimentar e para viver. O surto epidêmico é só um estopim para falar sobre diferentes relações e mostrar como ainda precisamos aprender a conviver com as diferenças em sociedade”, revela.

Pernambucano Thomás Aquino interpreta vaqueiro em Thomás Aquino interpreta vaqueiro que vive relação homoafetiva na série (Foto: Netflix/Reprodução)

O pernambucano Thomás Aquino, que esteve em cena no filme “Bacurau”, faz parte do elenco adulto da série. Sem dar spoiler, o ator antecipou que seu personagem viverá um processo de transformação interna. No trailer da Netflix, é possível perceber que seu papel viverá uma relação homoafetiva. “Maurílio é um vaqueiro responsável por cuidar da fazenda de Nero, interpretado por Bruno Garcia. Assim como outros personagens da série, ele traz seus segredos, que vão sendo revelados no decorrer da trama. Com o tempo, ele vai descobrindo outra dimensão de viver e como o mundo pode ser maior”, compartilha.

Também estão no elenco de “Boca a Boca” Denise Fraga, Esther Tinman, Luana Nastas, Kevin Vechiatto, Grace Passô, Flavio Tolezani e Bianca Byington. Esmir divide a direção com Juliana Rojas. Ela também integra a equipe de roteirista, que conta ainda com Thais Guisasola, Jaquelina Souza e Marcelo Marchi. As cidades de Goiás Velho, em Goiás, e Queluz, em São Paulo, serviram de locações para as filmagens, que duraram cerca de dez semanas. Na trilha sonora, músicas de Letrux, Baco Exu do Blues, The Nice e outros artistas.

Público jovem

Não é a primeira vez que Esmir Filho se aventura pelo universo dos adolescentes em sua produção audiovisual. Essa fase da vida é elemento recorrente em sua carreira no cinema, como no filme “Os Famosos e Os Duendes da Morte” (2009). “A adolescência é a época das primeiras vezes. É quando sua saga pessoal começa e você sente suas primeiras dores e seus primeiros prazeres. Essa intensidade me instiga”, comenta o diretor.

A Netflix, por sua vez, tem dado cada vez mais espaço a tramas protagonizadas por adolescentes - “13 Reason Why”, “Sex Education” e “Elite” são exemplos de séries que têm feito sucesso na plataforma abordando o chamado “público teen”. “Como eu gosto desse tema e a Netflix também, a gente se encontrou nesse lugar. Estou dando prosseguimento ao meu trabalho, mas talvez agora apresentando para um público mais amplo. Acho que, pela primeira vez na história, um veículo de tão grande abrangência está se abrindo para temas que envolvem sexualidade e adolescência”, avalia Esmir.

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