Caixa Cultural recebe projeto dedicado ao soul
Gênero da black music é interpretado por três artistas em shows que serão realizados no mês da Consciência Negra
“O interessante desse projeto é que ele traz três gerações diferentes, três indicações diferentes do mesmo gênero, mas que de certa forma estão ligadas entre si”, opina Lady Zu responsável pela abertura do projeto. Tida como a “Donna Summer brasileira”, a ligação da cantora com a black music apareceu na época em que se lançou na disco music, nos anos 1970.
“Eu acho que o soul descobriu a disco music. A minha ligação com esse ritmo é a de todo brasileiro. Nós temos nossa música negra, como Cartola, Paulinho da Viola, Elza Soares. Mas a música americana ter entrado deu uma pitada diferente. A disco trouxe essa conotação da música negra com alma de rock”, opina a cantora. Em seu show serão apresentados sucessos de sua carreira como “A noite vai chegar” e “Hora de União”, que canta ao lado de Gerson King Combo, cantor expoente da música negra brasileira na década de 1960 junto com Wilson Simonal.
Negra Li que já cantou pop e rap, começou a se aventurar e a colocar referências da soul music em seu disco “Tudo de novo”, de 2012. Para ela, apesar de no Brasil termos muitos representantes da música negra, não somos expoentes do gênero. “Acho comum não haver espaço até porque não é da nossa cultura. Samba, MPB, sertanejo são os ritmos que estão no nosso sangue e é justo que eles sejam mais reconhecidos. O que é bom daqui é essa liberdade de misturar, aqui nada é puro”, afirma a cantora. No repertório do show ela apresenta canções de seus três CDs, além de músicas de artistas que tem como referência, como Killing Me Softly, de Lauryn Hill.
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