Cine Olinda segue em fase de impasse
“Existem casos de ocupação do cinema que deram certo", lembra o jornalista André Dib, do grupo #CineRuaPE
A presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Márcia Souto, avisou que R$ 2 milhões já estão empenhados para o reinício das obras do Cine Olinda, no Carmo. O #OcupeCineOlinda - evento dedicado a falar sobre o equipamento, que está fechado há mais de 50 anos -, promoveu debate no local na última sexta-feira. Mas, durante a conversa, que contou ainda com a presença das ex-gestoras públicas Isabela Cribari e Carla Francine, representantes da Prefeitura de Olinda e do Iphan não se posicionaram claramente sobre os prazos. Essa discordância incitou algumas pessoas a invadirem o Cine Olinda, encerrando o debate.
“A gente está tentando se reestruturar na nova conjuntura que surgiu. Não estávamos preparados para essa ocupação, que aconteceu espontaneamente”, diz Tiago Campos Torres, integrante do #OcupeCineOlinda, que criou o evento ao lado dos movimentos #CineRuaPE e Ponto de Cultura Cinema de Animação. “As pessoas foram assistindo à conversa, mas estavam cansadas de ver promessas e não atitude. Foi uma ação sem relação com nossos grupos. Reconhecemos como legítimo, mas até agora não sabemos quem são as pessoas dentro do Cine Olinda. Sabemos que há negociações e uma assembleia prevista. Vamos apoiar. Nosso objetivo é o mesmo: o funcionamento de um cinema público”, ressalta.
“Existem casos de ocupação do cinema que deram certo. As pessoas ocuparam o Cinema Belas Artes, em São Paulo, decidiram que não iam aceitar que a sala virasse qualquer outra coisa, e conseguiram reverter a situação”, lembra o jornalista André Dib, do grupo #CineRuaPE, destacando o caso da sala paulistana que fechou em 2011 e conseguiu uma nova etapa de funcionamento.
Desde que foi desapropriado, em 1979, o Cine Olinda já passou por diversas reformas. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Prefeitura de Olinda estão trabalhando para a conclusão da atual reforma, mas sem previsão.