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Circuito Cultural de Pernambuco conecta eventos literários

Organizada pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), a iniciativa contempla 13 eventos em cidades de diferentes regiões do Estado

Criação do circuito foi anunciada durante coletiva de imprensa Criação do circuito foi anunciada durante coletiva de imprensa  - Foto: Caio Danyalgil/Folha de Pernambuco

As feiras literárias movimentam cidades de diferentes regiões pernambucanas ao longo de todo o ano. Integrar esses eventos é o objetivo inicial do Circuito Cultural de Pernambuco, promovido pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), em parceria com a Secretaria de Cultura de Pernambuco, a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e a Fundação Gilberto Freyre. Anunciado nesta segunda-feira (30), o projeto será anual e contemplará 13 projetos nesta primeira edição.

O calendário tem início com a Feira Literária do Sertão (Felis), que ocorre em Arcoverde, de 24 a 27 de outubro. "As cidades foram escolhidas a partir de critérios diversos, como situação geográfica, força econômica, concentração demográfica e força cultural. Em todos esses lugares, buscamos também a colaboração das prefeituras", explicou o presidente da Cepe, Ricardo Leitão.

Para o ano de 2019, o investimento do Governo do Estado na iniciativa é de R$ 1,5 milhão. A expectativa é de que o circuito inteiro atraia uma média de 800 mil pessoas. O poeta João Cabral de Melo Neto, que completaria 100 anos em 2020, será o grande homenageado.

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A programação conta com eventos de diferentes tamanhos. Há eventos de grande porte, como a Feira Nordestina do Livro (Fenelivro) e a Feira Nacional do Livro do Agreste (Fenagreste). Alguns estão agregados a outros projetos maiores. É o caso da Feira Literária de Exu, que integrará o festival Viva Gonzagão, em dezembro, e da Praça da Palavra, um dos polos do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), realizado em julho. Duas tendas literárias, com exemplares de livros apenas da Cepe, serão montadas durante a Festa dos Estudantes de Triunfo, em julho, e na Semana Cultural de Surubim, em setembro do próximo ano.

Além de aproximar eventos já existentes, o programa cumpre a missão de plantar as sementes de novos projetos. Com o circuito serão criadas feiras literárias em São José da Coroa Grande, Serra Talhada, Petrolina e Goiana. "As nossas feiras vêm acompanhadas de toda uma programação cultural, usando os artistas da região. Queremos não só levar convidados, mas também mostrar a qualidade dos escritores locais", pontuou o coordenador do circuito, Tarcísio Pereira, superintendente de marketing da Cepe.

Segundo a gerente editorial de projetos e acervos da Fundação Gilberto Freyre, Jamille Barbosa, que assina a curadoria do circuito, há uma preocupação também com o "antes" e o "depois" dos eventos. "Estamos desenvolvendo estratégias que antecipem a experiência das feiras nessas cidades, com foco nas escolas sala de aula, preparando a população para o que virá. Também nos importamos muito em deixar um legado para o município, através de oficinas e outras atividades educativas", comentou.

Sem censura

Episódios de censura, como o que aconteceu na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, em setembro, não preocupam a organização do circuito. "A iniciativa é reforçar a diversidade. Acredito que não teremos nenhum tipo de conduta contrária à pluralidade daquilo que será exposto nas feiras", afirmou Gilberto Freyre Neto, secretário estadual de cultura. Ricardo Leitão reforçou que as editoras convidadas terão liberdade para comercializarem seus livros.

"Não haverá qualquer repressão ao material apresentado para venda, assim como não haverá restrição de idade para acessar os eventos. Se alguma instituição pública se sentir no dever de recolher livros, que o faça por conta própria, mas já existe uma decisão judicial que proíbe esse tipo de coisa", tranquiliza o presidente da Cepe, usando como referência a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu a apreensão da obra "Vingadores: a cruzada das crianças", na capital carioca.

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