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'Com amor, Simon' é um filme que fala sobre descobertas

Beleza da produção está em mostrar, com carinho e melancolia, a transição para a vida adulta

Nick Robinson, no papel principalNick Robinson, no papel principal - Foto: Fox Film do Brasil/Divulgação

"Com amor, Simon" - em cartaz nos cinemas - é um pequeno drama que revisa situações delicadas da adolescência. Assim como a série "13 razões" (2017) e o filme "As vantagens de ser invisível" (2012), no centro da história está uma questão sensível sobre identidade, dores e bullying, um retrato ao mesmo tempo afetuoso e agridoce sobre as decisões que acompanham momentos essenciais de transição da adolescência para a vida adulta.

Como explica no discurso de abertura do filme, uma narração que deixa evidente a origem literária desta adaptação (baseada em um livro escrito por Becky Albertalli), Simon (Nick Robinson) é filho de pais bem sucedidos, emocionalmente maduros e inteligentes; tem uma irmã que o ama, tem poucos amigos, mas fiéis e dedicados; é inteligente, bonito e seguro. Mas tem um segredo: é gay e não sabe como lidar com isso.



Simon vive com esse aperto e não sabe os caminhos para a afirmação. Até que alguém escreve que também é gay em uma espécie de site-confessionário usado por alunos da escola. É esse evento que aciona em Simon a vontade imperativa de encontrar alguma forma de se revelar, se abrir para o mundo ao redor, mostrar sua essência, mesmo que signifique uma mudança sem volta e não necessariamente segura.

O ponto alto do filme é o elenco. Não apenas Nick, no papel principal, um jovem que na vontade de se impor no mundo descobre que suas ações podem também ferir as pessoas mais próximas, mas também Leah (Katherine Langford, de "13 razões"), Abby (Alexandra Shipp) e Nick (Jorge Lendeborg Jr.): todos parecem se destacar pela maneira autêntica como reagem às surpresas no roteiro. Os pais de Simon são os experientes Josh Duhamel e Jennifer Garner.

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A beleza do filme está na maneira como mostra, com carinho e uma dose pequena de melancolia, como na adolescência os sentimentos parecem não responder à razão: da excitação à tristeza, da felicidade genuína por se afirmar através de seus próprios termos à tristeza e ansiedade relativas ao medo. As relações que unem Simon e seus amigos parecem conter, na simplicidade e no afeto, uma medida fascinante de verdade.

O diretor é Greg Berlanti, que parece interessado em pequenas histórias, as descobertas miúdas do cotidiano que moldam a identidade na transição para a vida adulta. A sensação é de um pequeno drama delicado, um filme interessante pela maneira como discute o processo de descobertas de um adolescente, mesmo diante do choque e do preconceito. Mas não parece ir além dessa premissa, uma boa história que evita problemas mais complexos.

Cotação: bom

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