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Com boa direção e elenco, "Beleza Fatal" estreia na Max valorizando a força dos "novelões"

O elenco principal de "Beleza Fatal" conta com nomes como Camila Pitanga, Vanessa Giácomo, Giovanna Antonelli e Camila Queiroz

Estreia de "Beleza Fatal", da MaxEstreia de "Beleza Fatal", da Max - Foto: Divulgação

A chegada da plataforma HBO Max ao Brasil, em 2021, gerou grande expectativa no mercado audiovisual por conta dos projetos arrojados, alto investimento e o desejo de produzir novelas.

A contratação do escritor e roteirista Raphael Montes, conhecido por “Bom Dia, Verônica”, e do experiente novelista Silvio de Abreu foi a aposta da empresa e chegou junto com a sinopse de “Segundas Intenções”, trama idealizada por Montes com a supervisão de Abreu.

O problema é que, um ano depois, com o folhetim ainda em pré-produção, o conglomerado de entretenimento Warner Bros. Discovery, detentor da marca HBO, passou por uma reestruturação nos Estados Unidos, o que promoveu mudanças em todos os projetos em andamento no braço da empresa na América Latina.

Em 2023, o streaming passou a se chamar apenas Max e, aos poucos, os projetos quase engavetados foram ressuscitados. Em parceria com a produtora Coração da Selva e agora sob o título de “Beleza Fatal”, a novela de 44 capítulos, enfim, se tornou realidade.

Apesar de buscar um caminho próprio, fica difícil fazer teledramaturgia no Brasil sem recorrer ao modus operandi da Globo. Com a extinção da prática de contratos longos e exclusivos que a emissora sempre privilegiou, o mercado ficou recheado de profissionais oriundos da Globo em busca de outras possibilidades.

Sendo assim, o elenco principal de “Beleza Fatal” conta com nomes como Camila Pitanga, Vanessa Giácomo, Giovanna Antonelli e Camila Queiroz, entre outros.

Com casting conhecido do grande público, a sensação de estar diante de uma novela das mais tradicionais é reforçada pela presença de Maria de Médicis na direção da trama.

Profissional talentosa que passou 29 anos na Globo sem nunca ter sido promovida a diretora artística, Médicis mostra na concorrência que os anos nos bastidores de produções como “Queridos Amigos”, “Caras & Bocas” e “Cheias de Charme” lhe garantiram um olhar carregado de diversidade e alto poder de adaptação.

Mesmo com um orçamento robusto, a verba de produção da Max fica longe dos investimentos da Globo. Com estúdios erguidos em Osasco, interior de São Paulo e cenas captadas na capital paulista e no Rio de Janeiro, a trama consegue driblar seus custos mais contidos com maestria, fugindo de sequências grandiloquentes para focar em uma estética e linguagem sempre a favor da boa história de vingança ambientada no universo da estética criada por Montes.

Com vigor, as imagens acompanham bem as boas viradas promovidas pelo texto e, sobretudo, conseguem extrair o melhor de seu bom elenco – que ainda conta com Murilo Rosa, Caio Blat, Marcelo Serrado e Herson Capri, entre outros.

Seja no humor ou no melodrama escrachado, em um momento onde boa parte dos folhetins tenta soar como séries, “Beleza Fatal” evita fazer firulas ao levantar a bandeira dos novelões, entregando atuações e situações com as doses de exageros que sustentam e dão força ao gênero.

“Beleza Fatal” – Max – cinco capítulos novos às segundas-feiras.

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