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LIVROS

Com curadoria de Heloisa Teixeira, livro reúne mulheres como Taís Araujo e Maria da Penha

"Mulher viva", do fotógrafo Gustavo Malheiros, retrata 25 mulheres e teve a participação da escritora e ativista feminista, que morreu em março desse ano

Taís Araújo no livro 'Mulher viva'  Taís Araújo no livro 'Mulher viva'  - Foto: Divulgação/Gustavo Malheiros

Pouco antes de morrer em março deste ano, a escritora e ativista Heloisa Teixeira celebrou o ponto alto de ser mulher no Brasil nos dias atuais: “a consciência nascente de que vitórias individuais não adiantam se não trouxermos junto o compromisso de arrastar outras mulheres”. Com isso em mente, ela convidou outras 24 mulheres para refletirem sobre direitos, lutas e futuro no livro “Mulher viva”, do fotógrafo Gustavo Malheiros.

Estão retratadas nas 320 páginas nomes como o da farmacêutica Maria da Penha, cujo ativismo desembocou na lei homônima contra violência doméstica, as atrizes Taís Araujo e Marieta Severo, a líder indígena Ana Kariri e a deputada federal Erika Hilton. Heloisa é a 25ª personagem do projeto e seu legado será celebrado nesta sexta (4) no lançamento da obra, a partir das 18h, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon, com a presença da escritora Rosiska Darcy de Oliveira, membro da Academia Brasileira de Letras, e da psicanalista Numa Ciro, da Universidade das Quebradas, projeto da UFRJ criado por Heloisa, também membro da ABL.

— Primeiramente, Helô não queria participar (entre as 25) porque estava fazendo o livro — lembrou Gustavo, que contou com a direção de arte de Gringo Cardia e entrevistas da jornalista Maria Fortuna. — Mas falei: “você é uma ativista, está envolvida no tema.”

O próprio Gustavo, quando ouviu a ideia da mulher, a editora Silvana Monteiro de Carvalho, sobre um livro focado em personagens femininas, teve dúvidas sobre sua contribuição.

—(Pensei) Será que eu, como homem, tenho que fazer? Mas, ao longo do processo, fui vendo que realmente deveria ter feito, pois aprendi muito. Acho que isso é um dever. Não posso sentir a insegurança que as mulheres sentem, o que não quer que dizer que não possa ser feminista também.

Gringo Cardia, que trabalhou com o casal Gustavo e Silvana em outros projetos e trouxe Heloisa para o “Mulher viva”, tem opinião semelhante. As violências contra a mulher, especialmente o feminicídio, um tema recorrente no livro, são problemas também masculinos.

—Precisamos estar junto com elas nessa história. Não adianta só mulher defender mulher — diz Gringo.

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