Como um problema de matemática pode ajudar a resolver o roubo das joias do Louvre
Após furto milionário em plena luz do dia, museu francês admite falhas de vigilância; teorema de 50 anos indica como evitar pontos cegos
O audacioso roubo das joias da coroa napoleônica no Museu do Louvre, em Paris, reacendeu um debate inesperado: a matemática poderia ter evitado o crime? Em apenas oito minutos, ladrões escalaram uma plataforma mecânica, arrombaram uma janela do primeiro andar e fugiram com oito peças de valor inestimável.
O golpe, ocorrido em plena luz do dia, revelou fragilidades no sistema de vigilância do museu — e levou especialistas a resgatar um teorema criado há meio século, conhecido como o “problema do museu” ou “problema da galeria de arte”.
O conceito, proposto pelo matemático Václav Chvátal em 1973, busca responder a uma pergunta simples: quantas câmeras são necessárias para vigiar completamente um museu? A resposta depende do número de cantos da planta do prédio — bastaria dividir esse número por três para obter a quantidade mínima de câmeras necessárias, se cada uma tiver visão de 360 graus.
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Segundo a teoria, até mesmo estruturas complexas, com formas irregulares, podem ser totalmente monitoradas com planejamento geométrico. “Encontrar os pontos de vista certos é essencial”, explicam especialistas em segurança. No caso do Louvre, uma das poucas câmeras externas estava voltada para o ângulo errado, e um terço das salas da ala Denon — onde ocorreu o roubo — não tinha vigilância.

