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Cores exatas da atual trama das sete

“Haja Coração” faz sucesso na faixa do horário com dose certa de pistas do passado e conteúdo original

Fred Ferreira, Manoel Ferreira, André Ferreira e Anderson FerreiraFred Ferreira, Manoel Ferreira, André Ferreira e Anderson Ferreira - Foto: Reprodução/Facebook

 

Retirar a alcunha de “remake” da trama de “Haja Coração” foi o grande acerto da produção. Com eixo dramático baseado em “Sassaricando”, de 1988, mas fazendo referências a outros sucessos de Silvio de Abreu, a atual novela das sete chega ao fim apontando outros caminhos para os novelistas que querem revisitar antigos sucessos. Pupilo de Silvio, Daniel Ortiz foi capaz de subverter o passado sem desrespeitá-lo, ao mesmo tempo em que se mostrou hábil na criação de novas peças para a história, abusando de uma assinatura totalmente sua. A estratégia de lançamento teve sua parte para o sucesso. Em vez de se distanciar totalmente do original, Ortiz traçou paralelos que aproximassem a trama do público antigo, mas com ganchos para fisgar novos espectadores. E, com o desenrolar da história, foi introduzindo as novidades.

Mérito do texto, mas também do elenco. Com personagens tão bem lembradas como Tancinha e Fedora, anteriormente por Claudia Raia e Cristina Pereira, e revividas por Mariana Ximenes e Tatá Werneck, respectivamente, as atrizes não se deixaram levar pelo caminho mais fácil. Começaram meio perdidas, até que se encontraram nos papéis. Com sua Tancinha mais “pé no chão”, Ximenes driblou os exageros da performance de Raia, manteve a postura passional, mas sem perder o ar naturalista. De início muitos tons acima, Werneck soube se refazer a partir das críticas. Melhorou a emissão das frases, tornando um tipo tão surreal como a “patricinha” em uma adolescente crível.

A comédia, prato principal de “Sassaricando”, foi diluída em “Haja Coração” para dar espaço ao amor. Com pares certeiros como Bruna e Giovanni, de Agatha Moreira e Jayme Matarazzo, e sobretudo, Felipe e Shirlei, de Marcos Pitombo e Sabrina Petraglia, o autor manteve o público nas mãos.

 

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