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Cultura Popular perde Mestre Zé do Carmo

O artista faleceu nesta sexta-feira (26), aos 85 anos. Ele era considerado Patrimônio Vivo de Pernambuco desde 2005

Anjo cangaceiro, de Zé do CarmoAnjo cangaceiro, de Zé do Carmo - Foto: Jan Ribeiro/Secult PE/Fundarpe/Divulgação

A cultura popular pernambucana perdeu nesta sexta-feira (26) o mestre José do Carmo Souza, popularmente conhecido como ‘Zé do Carmo’. O ceramista, famoso por suas peças de barro, faleceu aos 85 anos e o velório é realizado em Goiana, Zona da Mata Norte do Estado, em sua residência localizada na rua Padre Batalha. O sepultamento está marcado para as 16h no cemitério local.

Com a saúde delicada nos últimos anos, Zé do Carmo parou de produzir há três anos, segundo José do Carmos Souza Filho, 29 anos, seu único filho com a esposa, Marinalva. "Meu pai nunca quis que eu seguisse carreira artística, pois falava que era muito sofrimento", diz o rapaz, que fez faculdade de Administração. Ele conta que o pai teve catarata, glaucoma e problemas do coração.

Sua capacidade pulmonar também estava reduzida. De um ano para cá, foi diagnosticado com Mal de Alzheimer e, depois de um ataque cardíaco, passou 11 dias internado no hospital Belarmino Corrêa, em Goiana, e nos últimos dias respirava com ajuda de aparelhos. "Ele foi um pai excelente, e era uma pessoa boa com todas a sua volta. Foi muito importante para a história de Pernambuco e quero manter o ateliê dele aqui em casa como está", contou ele.

Patrimônio Vivo de Pernambuco desde 2005, o artista ganhou destaque no artesanato com a criação de personagens que traduziam tradições, festejos e rituais religiosos para o universo nordestino.

Com trajetória iniciada em Goiana, aos sete anos de idade, ele manteve vivo o legado da mãe, Joana Izabel de Assunção, a sua primeira referência artística. Foi a partir dela que o Mestre passou a retratar mendigos, agricultores, Pretos Velhos, Padre Cícero, Lampião e Maria Bonita, entre outros "personagens".




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Além do barro, ele também esculpia em pedra, o que evidenciava o talento que lhe trouxe discípulos da cultura popular, a exemplo de ceramistas como Mário Pintor, Tog, Luiz Carlos, Précio Lira, Andréa Klimit e Tiner Cunha.

"Ficam registrados aqui nosso lamento, nossa gratidão e o compromisso de seguir contribuindo para a preservação de sua memória", disse, em nota, Marcelo Canuto, presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).

Zé do Carmo, ceramista pernambucano

Zé do Carmo, ceramista pernambucano - Crédito: Jan Ribeiro/Secult PE/Fundarpe/Divulgação


"Quero prestar minha homenagem ao Mestre José do Carmo Souza, patrimônio vivo de Pernambuco desde 2005, que faleceu nesta sexta-feira, aos 85 anos de idade. Nossa cultura popular perde uma das suas principais referências, mas o legado de Mestre Zé do Carmo para o nosso artesanato permanecerá, eterno como seu talento com o barro e a pedra, matérias-primas com as quais soube tão bem representar o homem, a tradição, a religiosidade e a cultura do Nordeste. Meus sentimentos e minha solidariedade à sua família, seus amigos e seus muitos discípulos nesta arte tão característica do nosso Estado", ressaltou o governador de Pernambuco, Paulo Câmara.

 

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