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Dança em processo de expansão

Grupo carioca Focus recorre a novas linguagens artísticas para o espetáculo “Saudade de mim”

Conselheiro Dirceu Rodolfo, do Tribunal de Contas do EstadoConselheiro Dirceu Rodolfo, do Tribunal de Contas do Estado - Foto: Vicente Luiz/TCE-PE/Divulgação

 

Dois dos maiores representantes da cultura brasileira mundo afora estão entrelaçados em uma mesma montagem, assinada pela Focus Cia. de Dança. O grupo carioca, cujo trabalho é reconhecido nacionalmente, une as obras do artista plástico Candido Portinari e do compositor Chico Buarque em “Saudade de mim”.

O espetáculo sobe ao palco do Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu), hoje e amanhã, com duas sessões diárias: às 16h, para escolas, e às 20h, para o público geral. As apresentações integram a programação do 21º Festival de Dança do Recife.

Com concepção, direção e coreografia de Alex Neoral, que também está em cena, a montagem foi produzida para comemorar os 15 anos da Focus, em 2014. “Queria fazer um espetáculo que reunisse mais de uma linguagem artística, para não ficar somente na dança. Os bailarinos, além de dançar, também aparecem cantando e interpretando”, diz o idealizador. Para encarar esse desafio, os dançarinos passaram por aulas de interpretação com o ator Reiner Tenente e de preparação vocal com Felipe Habib. Carol Pires, Clarice Silva, Cosme Gregory, Felipe Padilha, Gabriela Leite, Márcio Jahúe e Mônica Burity completam o elenco. 

Canções como “Olha Ma­ria” e “Valsinha” surgem ao lado de referências a pinturas como “O espantalho” e “Casamento na roça”. Pela primeira vez na trajetória do grupo, um roteiro teatral se integra aos gestos e movimentos reproduzidos em cena. “Fui buscar nas imagens das telas e das composições elementos para construir a narrativa. Misturei os personagens criados pelos dois artistas. O mestiço do quadro do Portinari, por exemplo, aparece como o Juca da canção do Chico. Toda a trama parte de uma família de nordestinos que vive numa terra árida, inspirado no quadro ‘Os retirantes’. É uma história que fala de vida, morte, triângulos amorosos, relações familiares e, principalmente, da busca de cada um por si mesmo”, diz Alex Neoral.

Para o diretor, “Saudade de mim” representa um mar­co na trajetória do gru­po. “Acho que existe na equipe toda uma inquietude muito grande. Queremos buscar o novo, algo que nos motive. A dança, por si só, não está mais sendo suficiente. Por isso, estamos vivendo uma fase de agregar novas técnicas ao nosso processo”, afirma Alex. Esse diálogo com outras formas de arte terá continuidade no próximo trabalho da companhia. “Cinequanon”, que estreia em 17 de novembro, no Rio de Janeiro, se inspira na atmosfera do cinema e na relação que a sétima arte estabelece com o cotidiano das pessoas.

Programação
A 21ª edição do Festival de Dança do Recife segue com outras atrações além da Focus Cia. de Dança, até o próximo dia 29. Ainda hoje, às 20h, na área livre do Centro Apolo-Hermilo, haverá duas apresentações de danças urbanas: “Dupla cômica”, com Brow e Taw, e “8ª sinfonia fusion”, com Animatroonicz. Outro destaque da programação é a montagem “Traz-humante”, do Camaleão Grupo de Dan­ça (MG), que será levada ao Teatro de Santa Isabel, nesta sexta-feira, às 20h.

 

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