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CINEMA

De "Ghost" a "Striptease", a trajetória de Demi Moore em filmes pipoca

Indicada ao Oscar 2025 por 'A substância', atriz discursou no Globo de Ouro ter pensado que só poderia 'fazer filmes que fossem bem-sucedidos e gerassem muito dinheiro'

Demi Moore em cena do filme 'Striptease' Demi Moore em cena do filme 'Striptease'  - Foto: Divulgação

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Há quem diga que Demi Moore é a principal concorrente de Fernanda Torres na categoria de melhor atriz do Oscar 2025, já que ela ganhou alguns importantes prêmios da temporada. O fato é que, com o filme de body horror "A substância", a americana de 62 anos, foi realmente olhada com outros olhos pela comunidade cinematográfica mundo afora.

No filme de Coralie Fargeat, ela interpreta Elisabeth, uma atriz e apresentadora de programa de ginástica que recebe a notícia que está sendo substituída por uma mulher mais jovem. Isso desencadeia nela uma crise de autoestima, que só cessa quando descobre "a substância", uma droga que prometer trazer de volta sua juventude e a beleza de outrora.

Pelo papel, Demi venceu o Globo de Ouro de melhor atriz de comédia ou musical e falou justamente sobre o fato de que, agora, tem sido mais reconhecida como artista. "Tenho feito isso há muito tempo, há mais de 45 anos, e esta é a primeira vez que ganho alguma coisa como atriz", disse. "Há 30 anos, um produtor disse que eu era uma atriz (de filme) pipoca. E, naquela época, interpretei isso como se não fosse algo que eu tivesse permissão de ter, que eu só poderia fazer filmes que fossem bem-sucedidos e gerassem muito dinheiro... Isso me corroeu por um tempo."

Ao olhar a filmografia de Demi dá para perceber do que ela estava falando. Nascida no estado do Novo México em 1962, a americana estreou como atriz em 1981, num drama chamado "Escolha do destino", que, na época, não fez muito sucesso. Só depois que ela se tornou realmente famosa que os VHS dessa produção estouraram, afinal, todo mundo queria ver como foi a estreia dela.

 

  • Demi Moore em 'O primeiro ano do resto de nossas vidas': o filme teen 1985 foi um sucesso comercial  Foto: Divulgação
    Demi Moore em 'O primeiro ano do resto de nossas vidas': o filme teen 1985 foi um sucesso comercial Foto: Divulgação
  • Demi Moore e Patrick Swayze em 'Ghost': filme foi o maior sucesso do ano de 1990 e concorreu ao Oscar  Foto: Divulgação
    Demi Moore e Patrick Swayze em 'Ghost': filme foi o maior sucesso do ano de 1990 e concorreu ao Oscar Foto: Divulgação
  • Com Tom Cruise, em 'Questão de honra', um filme sobre crimes de fuzileiros navais, de 1992  Foto: Divulgação
    Com Tom Cruise, em 'Questão de honra', um filme sobre crimes de fuzileiros navais, de 1992 Foto: Divulgação
  • No filme 'Proposta indecente' (1996), Demi Moore contracenou com Robert Redford  Foto: Divulgação
    No filme 'Proposta indecente' (1996), Demi Moore contracenou com Robert Redford Foto: Divulgação
  • Com Michael Douglas em 'Assédio sexual' (1994), sobre um mulher que processa o ex-amante  Foto: Divulgação
    Com Michael Douglas em 'Assédio sexual' (1994), sobre um mulher que processa o ex-amante Foto: Divulgação
  • Demi Moore em 'Striptease', filme de 1996 que lhe rendeu um cachê de US$ 12,5 milhões  Foto: Divulgação
    Demi Moore em 'Striptease', filme de 1996 que lhe rendeu um cachê de US$ 12,5 milhões Foto: Divulgação
  • Demi Moore em 'As panteras: detonando', filme de 2003 que tem Rodrigo Santoro no elenco  Foto: Darren Michaels/Columbia Pictures
    Demi Moore em 'As panteras: detonando', filme de 2003 que tem Rodrigo Santoro no elenco Foto: Darren Michaels/Columbia Pictures
  • Em 'Bobby', filme que se passa na época do assassinato de Robert Kennedy, em 1968  Foto: Divulgação
    Em 'Bobby', filme que se passa na época do assassinato de Robert Kennedy, em 1968 Foto: Divulgação
  • Demi Moore em 'Margin Call', filme de 2011 sobre a crise financeira de 2008  Foto: Divulgação
    Demi Moore em 'Margin Call', filme de 2011 sobre a crise financeira de 2008 Foto: Divulgação
  • Demi Moore como a protagonista de
    Demi Moore como a protagonista de "A substância" Foto: Divulgação
  • Na minissérie
    Na minissérie "Feud: Capote vs. The Swans" (2024), sobre o escritor Truman Capote e suas amigas da alta sociedade Foto: Divulgação

A carreira dela começou a deslanchar mesmo por causa do Rio de Janeiro. É que ela esteve no filme "Feitiço do Rio" (Blame it on Rio, em inglês), comédia de 1984 que se passa no Brasil com Michael Caine e Michelle Johnson. Em 1985, ela esteve no elenco de "O primeiro ano de nossas vidas", um filme de Joel Schumacher que recebeu muitas críticas negativas, mas foi um sucesso de bilheteria. Pronto. Ela o que era precisava para o seu nome pegar definitivamente.

Em 1990, porém, veio a consagração definitiva com "Ghost". O drama romântico sobrenatural arrecadou US$ 505 milhões em bilheteria, sendo o principal filme daquele ano. Ele chegou a ser indicado a melhor filme no Oscar de 1991, e Whoopi Goldberg ganhou o prêmio de melhor atriz coadjuvante. A própria Demi foi indicada ao Globo de Ouro, mas não levou. Na época, Demi já era casada com Bruce Willis, estrela de "Duro de matar", e o casal ficou em primeiro e segundo lugar de bilheteria daquele ano.

"Questão de honra" (1992, com Tom Cruise), "Proposta indecente" (1993, com Robert"Redford) e Assédio sexual" (1994, com Michael Douglas) foram três filmes que explodiram as bilheterias e levaram Demi Moore a ser a atriz mais bem paga de Hollywood quando 1995 chegou. Em 1996, ela estrelou "Striptease", no papel de uma agente do FBI que se torna stripper, e recebeu uma quantia recorde para a época: US$ 12,5 milhões. A crítica não gostou, mas a produção rendeu US$ 113 milhões mundo afora, o que confirmou o poder da atriz de levar multidões aos cinemas. No entanto, quanto mais dinheiro ela ganhava, mais críticas negativas recebia. Por causa de "Striptease" e "A jurada", de 1996, ela recebeu prêmios Framboesas de Ouro de pior atriz.

No fim dos anos 1990 e início dos anos 2000, ela sumiu dos cinemas para cuidar das filhas, com uma participação apenas num filme de arte. Mas voltou com força total em 2003, numa participação em "As Panteras: Detonando". Depois disso, mais três anos longe das telas, para voltar em 2006 no filme "Bobby", com Anthony Hopkins e Sharon Stone, sobre o destino de diferentes personagens na noite em que Robert F. Kennedy é assassinado.

A partir de 2010, a atriz começou a se dedicar mais à televisão e a filmes menos comerciais, como "Margin Call: O dia antes do fim" (2011), sobre a crise financeira de 2008, "O peso do talento" (e as séries "Empire" (2017) e "Feud: Capote vs. The Swans" (2024).

"A substância", de 2024, foi o filme lhe rendeu mais prêmio e reconhecimento na carreira: o Globo de ouro de melhor atriz de comédia ou musical, o Critics Choice Awards, o Satellite Awards, o London Critics Circle Film Awards, além de indicações ao Bafta e ao SAG.

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