Do Soweto à carreira solo e dívida de R$ 7 milhões: entenda a briga de 20 anos entre Belo e Denilson
Ex-jogador Denilson entrou na Justiça em 2000 alegando quebra de contrato depois que o cantor deixou grupo Soweto para seguir carreira solo
Depois de 22 anos, a briga judicial entre Belo e Denilson se encaminha para um fim. O ex-jogador cobra há mais de duas décadas o pagamento de uma dívida desde que o cantor deixou o grupo de pagode Soweto e anunciou a carreira solo. No período, o valor do débito superou os R$ 7 milhões.
Denilson comprou a banda em 1999 e, pouco tempo depois, o cantor deixou os vocais do grupo. Com isso, o ex-jogador acionou a Justiça para processar o ex-vocalista por quebra de contrato.
Esta semana, a assessoria de Belo afirmou que o impasse foi "resolvido", segundo Leo Dias. O cantor teria surpreendido ao quitar o que devia. Em meio à repercussão, Denilson negou que o caso estivesse 100% resolvido, mas disse que as partes estão "empenhadas" em solucionar o impasse.
"Em relação as últimas notícias divulgadas sobre o caso com o Cantor Belo, o que posso afirmar é que ambas as partes estão empenhadas em encontrar uma solução e tão logo o assunto esteja 100% resolvido, me manifestarei. Ainda não está", escreveu ele, no Instagram.
Em 2004, Belo foi condenado a pagar R$ 388 mil ao ex-jogador. Contudo, o valor não havia sido quitado até este mês, acrescido de correção monetária. O cantor justificou o não pagamento alegando que não reconhecia Denilson como detentor dos direitos da banda e afirmando que nunca recebeu aporte financeiro do ex-jogador entre 1999 e 2000. A briga se arrastou durante duas décadas.
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Em julho do ano passado, o juiz da 5ª Vara Cível do Foro de São Bernardo, de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 7 milhões que seriam destinados ao cantor Belo pelo pagamento de um show apresentado com Thiaguinho. A quantia seria destinada a Denílson para quitar a dívida, já com os valores corrigidos, o que não aconteceu.
Para tentar garantir o pagamento, o ex-jogador pediu então o bloqueio de qualquer prêmio — em dinheiro ou bem móvel — recebido pelo cantor pela participação no programa "Dança dos Famosos 2023", da TV Globo. De acordo com o jornalista Leo Dias, a Justiça acolheu o pedido, penhorou os valores e ainda determinou outros bloqueios que complementaram o valor total.
Até o início deste mês, a defesa de Belo calculava que cerca de R$ 1,7 milhão em direitos autorais das músicas de Belo já haviam sido penhorados, recebidos por Denilson com o bloqueio nas contas do cantor nos repasses feitos pela Abramus (Associação Brasileira de Música e Artes).
Em 30 de junho, a 5ª Vara Cível de São Paulo chegou a autorizar músico Alexandre Pereira ter prioridade na penhora dos valores depositados pela Abramus. Até então, Denilson estava sacando os valores depositados mensalmente pela entidade. Com a decisão da Justiça paulista, o músico passou a ter prioridade nos próximos bloqueios, em "crédito privilegiado de cunho alimentício", dentro de uma ação trabalhista de R$ 205 mil movida contra Belo.
Belo chegou a ser alvo de posts irônicos da mulher de Denilson, a atriz Luciele Di Camargo. Ela comentou o jatinho dado por Virginia Fonseca ao marido, o cantor Zé Felipe, em seu aniversário de 25 anos. Na postagem, Luciele diz para o marido que pode dar apenas os balões que rodeavam a aeronave no começo do mês, já que ao final, não teria dinheiro sobrando — a não ser que Belo quitasse a dívida.
"Mas se você receber do Belo, dá para comprar um helicóptero", finalizou Luciele, que recebeu uma resposta do amado. "Bora pagar então Belo, porque quero um helicóptero".
Belo cobrava antecipado para evitar penhoras
Na semana passada, o portal Uol revelou que o cantor Belo cobrava de maneira antecipada, pelos shows nos quais se apresentava, o valor que tinha a receber. Isso, para evitar que o dinheiro fosse penhorado para o pagamento da dívida com Denilson. As informações foram dadas pela Ticket360, empresa que gerencia a venda de ingresso para eventos e que havia sido intimada a depositar em juízo os valores de uma apresentação do artista.
Em 2021, a Justiça decidiu que as empresas que realizassem a venda de ingressos para shows de Belo deveriam depositar em juízo o valor arrecadado. A Ticket 360 disse ter arrecadado R$ 279.337,80 com a venda de 1832 ingressos para evento em São Paulo, no dia 31 de julho de 2021, mas não transferiu o dinheiro para Denilson justificando já ter pagado, de maneira antecipada (no dia 28 de junho), o valor do cachê.
A Ticket 360 justificou, então, que não conseguiu transferir os valores por não ter um contrato com o cantor.
"Infelizmente, ao que tudo indica, o executado (Belo), ciente de que sofre a presente execução (processo movido por Denilson), não admite receber após a realização do show e exige o pagamento de forma antecipada, de forma a burlar qualquer tipo de penhora!", disse a empresa, segundo o Uol.