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Dura realidade mal contada
Boas histórias são abafadas por erros no formato e na exibição de “Segredos de Justiça”, série do “Fantástico”
Tudo é possível na mistura de jornalismo e entretenimento promovida pelo “Fantástico”. Quando o assunto é teledramaturgia, o dominical já cedeu espaço para produções do quilate de “A Vida Como Ela É...”, “Retrato Falado” e “Eu Que Amo Tanto”. Mas também teve seus tropeços em “Correio Feminino” e no novíssimo “Segredos de Justiça”. Baseado no livro “A Vida Não é Justa”, da juíza Andréa Pachá, o projeto de adaptação de curiosos casos jurídicos reais para o vídeo existe desde que o livro foi lançado, em 2012. Depois de muito “rodar” dentro da Globo, decidiu-se que o melhor formato para a produção seria o de série dentro do “Fantástico”. O apelo popular das histórias é inegável, mas o formato enfraqueceu e deixou a produção superficial.
O elemento que interliga todos os episódios surge na figura ficcional da juíza, interpretada por Gloria Pires. Mas a escolha pelo docudrama, com falsos depoimentos, torna o resultado final da série, no mínimo, frustrante e confuso. A ideia de misturar ficção com realidade vai por terra no momento em que se revela que quem dá o depoimento também é ator. Mas, não chega a ser uma informação tão surpreendente assim. Já que o texto dos depoimentos é cuidadosamente elaborado e interpretado. Se ali estivesse a pessoa que de fato viveu a história dramatizada pelo atores conhecidos do grande público, ela não falaria tão bem dirigida e o depoimento soaria natural. Como o nome da série sugere, as histórias são segredos de justiça e a identidade dos envolvidos não pode ser revelada. Mas a escolha pelo docudrama não parece acertada.
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