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Dura realidade mal contada

Boas histórias são abafadas por erros no formato e na exibição de “Segredos de Justiça”, série do “Fantástico”

O prefeito do Cabo, Lula Cabral (PSB), e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), em entrevista na Prefeitura da cidadeO prefeito do Cabo, Lula Cabral (PSB), e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), em entrevista na Prefeitura da cidade - Foto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco

Tudo é possível na mistu­ra de jornalismo e en­tretenimento promovida pelo “Fantástico”. Quan­do o assunto é teledrama­turgia, o dominical já ce­deu espaço para produções do quilate de “A Vida Como Ela É...”, “Retrato Falado” e “Eu Que Amo Tanto”. Mas também teve seus tropeços em “Correio Feminino” e no no­víssimo “Segredos de Justi­ça”. Baseado no livro “A Vi­da Não é Justa”, da juíza Andréa Pachá, o projeto de adaptação de curiosos casos jurídicos reais para o vídeo existe desde que o livro foi lança­do, em 2012. Depois de muito “rodar” dentro da Globo, deci­diu-se que o melhor forma­to para a produção seria o de série dentro do “Fantástico”. O apelo popular das histórias é inegável, mas o formato enfraqueceu e deixou a produção superficial.
O elemento que interliga todos os episódios surge na figura ficcional da juíza, interpretada por Gloria Pires. Mas a escolha pelo docudrama, com falsos depoimentos, tor­na o resultado final da série, no mínimo, frustrante e confuso. A ideia de misturar ficção com realidade vai por ter­ra no momento em que se revela que quem dá o depoimen­to também é ator. Mas, não chega a ser uma informação tão surpreendente assim. Já que o tex­to dos depoimentos é cuida­dosamente elaborado e interpretado. Se ali estivesse a pes­soa que de fato viveu a his­tória dramatizada pelo atores conhecidos do grande público, ela não falaria tão bem dirigida e o depoimento soaria natural. Co­mo o nome da série sugere, as histórias são segre­dos de justiça e a identidade dos envolvidos não po­de ser revelada. Mas a escolha pelo docudrama não parece acertada.

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