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Entre a arte e a medicina, Reinaldo de Oliveira é homenageado com livro

Escrita por Antonio Edson Cadengue e lançada pela Cepe, biografia retrata a trajetória do artista pernambucano

O pesquisador Antonio Edson Cadengue assina o livro O pesquisador Antonio Edson Cadengue assina o livro  - Foto: Yeda B. Mello/Divulgação

Reinaldo de Oliveira é um homem dividido entre dois amores: a medicina e o teatro. Aos 87 anos, o ator, diretor, escritor e médico conseguiu encontrar o equilíbrio entre as duas áreas que norteiam a sua vida. Por ter alcançado reconhecimento público em todas as funções que exerce, ele é o mais novo biografado da coleção "Memórias", da Cepe Editora, que vem homenageando figuras importantes da sociedade pernambucana. Escrito pelo pesquisador e encenador Antonio Edson Cadengue, o livro "Reinaldo de Oliveira - Do bisturi ao palco" (260 páginas, R$ 80) será lançado nesta sexta-feira (23), às 19h, na Academia Pernambucana de Letras.

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Por meio de longas entrevistas e pesquisas, Cadengue buscou traçar o perfil do biografado através de sua cronologia. O escritor não esconde a admiração que já sentia por Reinaldo, reforçada após o trabalho de construção do livro. "Ele é um homem muito bem ajustado dentro dos papéis que assumiu. Além de ter uma profissão que salva vidas, herdou do pai (o teatrólogo Valdemar de Oliveira) um amor de entrega e compromisso pelo teatro", ressalta o pesquisador.

Filho do fundador do Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP), grupo teatral com 77 anos de trajetória, Reinaldo cresceu em meio às coxias dos grandes teatros da capital pernambucana. Aos 18 anos, ingressou no curso de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco, onde se formou como cirurgião. A rotina médica, no entanto, não o impediu de estrelar diversos espetáculos, como "Arsênico e alfazema" e "Um sábado em 30". "Costumo dizer que, quando estou operando de manhã, penso no papel que vou interpretar de noite. Quando estou no teatro, penso nas cirurgias do dia seguinte", brinca o artista.

"Um sábado em 30" foi um dos espetáculos Reinaldo de Oliveira estrelou com o TAP - Crédito: Divulgação

"Reinaldo é um ator muito talentoso, com maleabilidade para fazer papéis cômicos e dramáticos com igual competência. Ele estaria no patamar de nomes como Paulo Autran e Sebastião Vasconcelos, mas não teve o trabalho de ator profissional como perspectiva de vida. Suas opções o fizeram percorrer outros caminhos", comenta Cadengue. Com a morte do pai, em 1977, Reinaldo tornou-se seu sucessor na liderança do TAP e na administração do Teatro Valdemar de Oliveira, localizado no bairro da Boa Vista.

Reconstrução

"As grandes alegrias que tive na vida foram em cena, interpretando personagens inesquecíveis. Ao mesmo tempo, a arte trouxe o maior desafio da minha trajetória, que foi reconstruir o Teatro Valdemar de Oliveira", aponta o biografado. O equipamento cultural, sede do TAP, foi parcialmente destruído por um incêndio em outubro de 1980 e reaberto após dois anos de recesso. Atualmente, o desafio é reabrir o espaço, que está de portas fechadas desde 2015. "Estamos recuperando o teatro. Dentro em breve, ele estará pronto para o público", promete.

Serviço:
Lançamento do livro "Reinaldo de Oliveira - Do bisturi ao palco", de Antonio Edson Cadengue
Nesta sexta-feira (23), às 19h
Academia Pernambucana de Letras (Avenida Rui Barbosa, 1296, Graças)
Entrada gratuita
Informações: (81) 3268-2211

 

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