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'Era uma vez em Hollywood': nasce mais um clássico de Tarantino

O filme estreia nos cinemas nesta quinta-feira (15), com promessa de sucesso

"Era uma vez em Hollywood", de Quentin Tarantino "Era uma vez em Hollywood", de Quentin Tarantino  - Foto: Divulgação

Há 50 anos, num dia 9 de agosto, a atriz americana Sharon Tate foi assassinada por um grupo de fanáticos liderado pelo psicopata Charles Mason. O diretor Quentin Tarantino faz uma homenagem à atriz ao mesclar dois personagens fictícios à história real desenrolada em 1969, deixando o público desejoso por um final diferente no seu novo trabalho, batizado de "Era uma vez em Hollywood", que estreia nesta quinta-feira (15), nos cinemas.

Trazendo personagens reais (como o diretor de cinema Roman Polanski, marido de Sharon; o ator Steve McQueen; e o ator e lutador de artes marciais Bruce Lee), que também participam da trama em situações reais ou imaginárias, Tarantino utiliza a trama como ponto de partida para discutir questões como a indústria do cinema, imersa em grandes transformações na época. Um prazer extra: como todo filme de Tarantino, "Era uma vez em Hollywood" traz fotografia, figurino e trilha sonora primorosos. E a atriz canina Brandy, uma pitbull amorosa e esperta, ganhou o "Palm Dog" durante o Festival de Cannes, em maio. 

"Era uma vez em Hollywood" se desenrola a partir das trajetórias de três personagens principais: a própria Sharon, interpretada por Margot Robbie, que, grávida de Polanski, mora numa casa vizinha à de Rick Dalton, personagem de Leonardo Di Caprio. Ator de faroeste de sucesso nos anos 1950, Rick vê sua carreira se desmoronar diante dos novos rumos do cinema e acaba se refugiando na bebida e nos pequenos papéis secundários como vilão. Seu amigo, dublê e faz-tudo Cliff Booth, a cargo de Brad Pitt, é o protótipo do (anti) herói e responsável por uma das cenas mais engraçadas e polêmicas do filme: após discutir com Bruce Lee num set de filmagem, por conta do desprezo do asiático em relação ao lutador de boxe Muhammad Ali, Cliff dá uma surra no lendário lutador. A família Lee não gostou nada da citação depreciativa ao patriarca, e se pronunciou à imprensa reclamando do fato.

Se Rick Dalton simboliza a fragilidade do macho frente às crises profissionais e existenciais, com momentos pungentes como aquele em que erra sua fala diante de todo o set, Cliff Booth é o ex-combatente de guerra capaz de todas as proezas físicas (é suspeito, também, de ter assassinado a própria mulher, numa cena em alto mar que faz referência à morte até hoje não esclarecida da atriz Nathalie Wood, outro ícone de beleza hollywoodiano, em 1981).  

Após flertar e dar uma carona a Kitty Kat (Margaret Qualley), Cliff acaba chegando ao rancho Spahn, onde a Família Mason vivia e se dedicava a golpes, sexo livre, consumo de drogas e, ao contrário da maioria dos hippies da época, a assassinatos e à idolatria do próprio Charles. Sharon Tate é o viés de delicadeza, ingenuidade e alegria que permeia o filme. Considerada uma das atrizes mais bonitas dos anos 1960, ela tem poucos diálogos ao longo de "Era uma vez em Hollywood", mas seu personagem apaixona o público e traz momentos de pura doçura como o dia em que entra no cinema e assiste a um de seus próprios filmes, "Arma Secreta contra Matt Helm". A imagem de Sharon colocando os pés descalços e empoeirados sobre a cadeira da frente e gargalhando sem parar é algo inesquecível.

 

O filme faz referências aos anos 1960

O filme recria cenários e situações - Crédito: Divulgação

Repleto de referências aos anos 1960 e citações cinematográficas, como o bang-bang italiano, "Era uma vez em Hollywood" é contudo perfeitamente possível de ser compreendido por quem não tem profundidade em nenhum desses assuntos. Com 2h45m, o filme tem um ritmo próprio e nem sempre muito conectado, com flashbacks que mostram situações vivenciadas pelos personagens. Ainda assim, é envolvente o suficiente para que o espectador não queira levantar para ir ao banheiro e torça desesperadamente por um final feliz. 

 

 

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