Cinema

Filmado em Gana, 'Nazistas Africanos do Kung-fu' traz sátira, terror e revisionismo histórico

Combinando elementos de gêneros variados, filme estreia no Petras Belas Artes à la Carte no dia 22 de novembro

Nazistas africanos do kung-fu foi filmado interiramente em Gana, na ÁfricaNazistas africanos do kung-fu foi filmado interiramente em Gana, na África - Foto: Divulgação

Revisionismo histórico nunca foi tão criativo e amalucado como na comédia Nazistas Africanos do Kung-fu, dirigida por Sebastian Stein e Samuel K. Nkansah, e rodada inteiramente em Gana. Lançado com sucesso na Alemanha e no Japão, onde segue em cartaz, o filme se tornou um cult nas redes sociais graças à sua sagaz combinação de gêneros e sátira política, e agora chega ao público brasileiro no Petra Belas Artes à la Carte, a partir do próximo dia 22.

Subvertendo a história oficial, o filme, que tem roteiro assinado por Stein, imagina o que teria acontecido se Hitler (Sebastian Stein), ao invés de se matar, fugisse de submarino para Gana, de onde inventaria um plano para dominar o mundo. De novo! Com apoio de seu exército de africanos-arianos, graças ao rosto coberto de branco, ele tenta, mais uma vez, conquistar o planeta.

No país africano, ele tem um novo braço direito: um líder militar japonês chamado Hideki Tojo (Yoshito Akimoto). Em seus primeiros passos rumo ao sucesso, Hitler destrói uma escola de Kung-Fu, e mata o seu líder. Mas o mais fiel discípulo deste mestre, Addae (Elisha Okyere), jura vingança, e, para isso, participará do torneio mortal de artes marciais criado pelo próprio alemão.

Nazistas Africanos do Kung-fu nasce da colaboração entre os amigos Stein e Nkansah. O alemão, que além de diretor e ator, é um jornalista que mora em Tóquio, e se uniu ao ganense (também conhecido como “O Ninja de Gana”) para produzir essa comédia totalmente independente e repleta de sopapos, que é, no fundo, uma homenagem aos filme da Era de Ouro dos filmes de Artes Marciais dos anos de 1970 – em especial a Jackie Chan.





Em entrevista à revista americana Vice, Stein, entre risos, confessa que a ideia para o filme veio quando ele estava bêbado. “Eu estava pensando em nazista, kung-fu e África, e disse: ‘Seria muito engraçado se isso acontecesse'. (...) Eu mostrei o filme à minha tia judia, e ela adorou. Todo mundo em Gana, ama. Eu cresci na Alemanha, e sempre disseram que não se devia fazer piada com Hitler e os nazistas. E isso se tornou um tabu. Mas se você olha para outros países, eles zombam de Hitler, e isso é hilário. Se você transforma algo num tabu, acaba dando-lhe certo poder. Por outro lado, se tira um sarro, o que há de misterioso acaba desaparecendo. Especialmente se você coloca em cena homens africanos com suásticas e o rosto pintado de branco, isso tudo vai tirar o poder desses símbolos”, disse.

A revista alemã Deadline chamou Nazistas Africanos do Kung-fu de “politicamente incorreto, deliciosamente louco e muito divertido”. O semanal Die Ziet definiu-o como “totalmente hilário – o maior filme de Gana de todos os tempos”.

Sinopse: Acredite se quiser! Ao contrário do que dizem os livros de História, Adolf Hitler não cometeu suicídio, ele fugiu para o continente africano em seu submarino. Com o apoio do general japonês Hideki Tojo, famoso simpatizante nazista, Hitler planeja conquistar o mundo de novo, começando por Gana. Lá, ele destrói uma escola de Kung-Fu, matando seu líder. De luto pelo mestre, seu mais fiel discípulo busca vingança participando do torneio de artes marciais de Hitler. Nesta louca mistura de nazismo com Kung-Fu, apenas um homem pode parar o "kung-fuhrer"!
    
Nazistas africanos do Kung-fu (African Kung-fu nazis)
Gana, 2019, comédia
Direção Samuel K. Nkansa e Sebastian Stein
Elenco: Sebastian Stein, Elisha Okyere, Kwaku Adu e Yoshito Akimoto.
Curiosidades: Com exceção do roteirista e codiretor alemão Sebastian Stein, que interpreta Adolf Hitler, e de seu amigo japonês Yoshito Akimoto, que assumiu o papel de Hideki Tojo, os demais atores são todos ganeses e nigerianos. Durante as filmagens, o proprietário de uma das locações pensou que a encenação era uma cerimônia vodu, por causa das bandeiras, adereços e fantasias, e a equipe foi expulsa do local. Com apenas quatro semanas de filmagens, a produção teve orçamento total equivalente a 20 mil dólares.

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