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Gasto familiar com cultura revela desigualdade, diz pesquisa

As famílias com rendimento de até R$ 1.908,00 comprometiam apenas R$ 82,15 de suas despesas com atividades culturais, o que significa 5,9%, abaixo da média nacional de 7,5%

Venda de livrosVenda de livros - Foto: Lília Carvalho/Adote um Livro

O gasto médio mensal familiar com atividades culturais é mais um fator de desigualdade no Brasil. Em 2017/2018, alcançou R$ 282,86. Esse valor representa 7,5% das despesas totais, ficando abaixo de gastos com habitação (R$ 1.215,00); transporte (R$ 658,23 e assistência à saúde (R$ 302,06).

As famílias com rendimento de até R$ 1.908,00 comprometiam apenas R$ 82,15 de suas despesas com atividades culturais, o que significa 5,9%, abaixo da média nacional de 7,5%. Já as despesas de classes com rendimento acima de R$ 5.724,00 representaram 26,2%.

Os dados fazem parte da quarta edição do Sistema de Informações e Indicadores Culturais (SIIC) 2007/2008, e foram divulgados hoje (5), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Pessoas ocupadas
Em 2018, havia 5,2 milhões de pessoas ocupadas no setor cultural do Brasil. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD Contínua), considerados na SIIC, representam 5,7% do total de ocupados no país. Em 2017, o setor movimentou R$ 226 milhões.

O resultado indica ainda que mais da metade era de mulheres (50,5%). Pessoas de cor ou raça branca também eram maioria (52,6%), além dos com menos de 40 anos de idade (54,9%).

Acesso
A população preta ou parda, segundo o IBGE, se mostrou mais vulnerável em relação ao acesso potencial a equipamentos culturais e meios de comunicação. Conforme a pesquisa, 44% viviam em municípios sem salas de cinema no ano passado, enquanto os brancos eram 34,8%.

Também quanto ao acesso a museus há desequilíbrio. Os brancos eram 25,4%, mas a população preta e parda, 37,5%. Nos teatros ou salas de espetáculo eram 35,2% pretos ou pardos ante 25,8% para brancos; quanto a ouvintes de rádios AM ou FM local a diferença é de 20,5% para 16,5% e nos provedores de internet 15,3% ante 14,3%.

Pela primeira vez a pesquisa traz o Índice de Preços da Cultura (IPCult), que variou 1,7% de janeiro a dezembro de 2018, ficando abaixo do IPCA [a inflação oficial do país] que subiu 3,8% no mesmo período.

O IPCult é um indicador aproximado para medir o custo de vida relacionado a produtos culturais, baseado em itens coletados no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

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