Música

'Histórias e Rimas' remonta história do rap brasileiro dentro do In-Edit 2021

Tássia ReisTássia Reis - Foto: Divulgação

“O rap foi onde eu comecei a entender e que eu realmente comecei a acreditar que existe destino pra tudo”. A frase do rapper DBS Gordão Chefe sintetiza bem o interesse do documentário “Histórias e Rimas”, do cineasta Rodrigo Gianetto. O filme estreia hoje na Mostra Brasil do Festival In-Edit 2021, acompanhando intimamente os principais nomes do rap brasileiro. 

Racionais MC's, Emicida, Negra Li, Projota, Thaíde, Karol Conká, Projota The Pharcyde, Dexter, Tássia Reis, Black Alien, GOG e o pernambucano Zé Brown concedem entrevistas intimistas, diretamente de suas quebradas, ajudando na compreensão da efervescência do gênero no País.

Dez anos de transformação

O diretor Rodrigo Gianetto, que tem uma vasta experiência em formatos televisivos e audiovisuais, coletou informações de 2009 a 2019. Uma década de transformações para o gênero, quando ainda alguns nomes ainda nem tinham ganhado o mainstream e as paradas musicais brasileiras, como Karol Conká. O cineasta passeia por várias cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Recife, Los Angeles e Nova Iorque, criando uma atmosfera que remonta às particularidades do rap brasileiro.

A estreia do filme estava prevista para o ano passado, mas foi atrasado por causa da pandemia da Covid-19. “Seria a primeira vez que os maiores artistas do rap nacional ocupariam salas comerciais de cinema. Como sempre mereceram e ainda merecem. Mas temos a honra de estrear no grande festival que contempla produções dedicadas à música, é uma honra”, disse Rodrigo. Mas nada mais justo que ele estreasse no mesmo ambiente que produções sobre Jair Rodrigues, Paulo César Pinheiro e Secos e Molhados.

Hip hop como nunca visto

Quem acompanha o longa-metragem de 84 minutos mergulhará na cultura do hip hop brasileiro como foi visto de poucas formas. Talvez, no exemplo mais recente com “Emicida: AmarElo - É Tudo Pra Ontem”, em que Emicida evidencia as ligações do rap com o samba, além de reverenciar ícones da cultura afrobrasileira na produção. Desta vez, Gianetto faz um passeio íntimo na construção das rimas, com entrevistas feitas em ruas, becos e quebradas de várias cidades. A rua faz parte da entrevista, sendo um dos principais elementos que aparecem na produção.

Filme traz influências

Esse mergulho só seria possível com um diretor com ligações com o hip hop. Rodrigo Gianetto cresceu na zona sul de São Paulo, onde uma cena forte foi se formando durante anos. “Onde eu vivia, os jovens escutavam samba ou rap. Eu fazia parte do movimento a partir do momento que decidi me integrar e conhecer mais das periferias próximas. Fiz amigos que me ajudaram nesse mergulho nesse universo”, diz ele.

“Eu cantava em grupo de rap, organizava eventos aos 15 anos no Ipiranga, na favela de Heliópolis. Ao longo dos anos, quando me tornei diretor, decidi filmar a intimidade que nenhuma reportagem de televisão teve acesso”, enfatiza o diretor. Essa ligação pode ser vista na forma como as entrevistas são abordadas e como o roteiro caminha para descobrir como surgem as rimas e as vivências por trás delas.

O filme pode ser visto a partir de hoje dentro da programação do Festival In-Edit 2021, a partir das 22h, no link in-edit-brasil.com. O documentário fica disponível na plataforma até domingo (27).

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