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Janela Internacional de Cinema divulga premiados da nona edição

Os curtas “Estado Itinerante”, de Ana Carolina Soares, e o colombiano “Cilaos”, de Camilo Restrepo, estão entre os vencedores

Em uma de suas visitas à transposição, Temer foi recebido por Paulo CâmaraEm uma de suas visitas à transposição, Temer foi recebido por Paulo Câmara - Foto: Beto Barata/PR

Durante os dez dias do Janela Internacional de Cinema, o festival abrigou uma programação com sessões de curtas e longas, lançamento de livros, mesas no 1º andar do Cine São Luiz e reuniões do Janela Crítica no Portomídia. O encerramento, realizado para divulgar a premiação, no último domingo (06), aconteceu na cobertura do Plaza Hotel, Centro do Recife.

Na competição de longas, o prêmio principal foi para “Martírio” (Brasil, 2016), do documentarista franco-brasileiro Vincent Carelli. “Por sua habilidade em reconstruir a história de um país que evita uma parte da sua própria história e que tem abusado de uma minoria desde muito tempo, após 25 anos de acúmulo de um material valioso de arquivo dos indígenas Guarani-Kaiowá, é importante para nós reconhecer a perpetuação da resistência e clamar, nos dias de hoje, por desobediência”, diz a justificativa do júri, formado por Fabienne Morris (produtora, curadora), Irandhir Santos (ator) e Paulo de Carvalho (diretor artístico do Festival Cinelatino na Alemanha).

O longa de Carelli também levou na categoria de melhor imagem pelo júri oficial do Janela, dividindo a premiação com “O Auge do Humano” (Argentina/Portugal/Brasil, 2016), de Eduardo Williams. “O júri de longa-metragem decide premiar duas diferentes imagens de dois filmes: jovens nus que se vendem, se tocam, se seduzem e se submetem a uma certa dependência tecnológica no filme ‘O Auge do Humano’. E a outra imagem, o protesto dos índios Guarani-Kaiowá, no Congresso Nacional, captada através da câmera de TV do próprio congresso. Carelli utiliza essa forte imagem preexistente que contém elementos que resumem temas presentes no decorrer do filme, como a casa do poder, a figura do político, a dança, o canto dos índios e o medo de uma suposta ameaça”.

Ainda entre os longas, o filme de Eduardo Williams foi laureado na categoria de melhor montagem. “Por nos guiar e explorar com sensibilidade diferentes países e a juventude de hoje, por sua capacidade de nos transportar num filme orgânico onde os conceitos de tempo e espaço são encarnados”, argumenta o júri sobre “O Auge do Humano”. O melhor som ficou com “O Ornitólogo” (Portugal, França e Brasil, 2016), do cineasta português João Pedro Rodrigues. “Pela utilização primorosa dos sons naturais, humanos e daqueles posteriormente criados que contribuem de forma expressiva na construção do grande mosaico humano, místico e simbólico apresentado no filme”, justifica o júri.

Instituído pelo Janela em 2014, em homenagem ao amigo e crítico baiano João Sampaio, falecido em 2014, o Prêmio João Sampaio para Filmes Finíssimos que Celebram a Vida foi concedido nesta edição ao longa português “O Cinema, Manoel de Oliveira e Eu”, de João Botelho, aprendiz e amigo do mestre do cinema Manoel Oliveira, com quem conviveu por 40 anos.

A nona edição do festival Janela Internacional de Cinema do Recife é organizada pela CinemaScópio Produções Cinematográficas e Artísticas, tem patrocínio da Petrobras e incentivo do Funcultura / Fundarpe, Secretaria de Cultura do Governo do Estado de Pernambuco. Confira a lista completa dos premiados do IX Janela Internacional de Cinema do Recife:

Mostra Competitiva de Longas-Metragens:
Melhor Longa: “Martírio” (Brasil), de Vincent Carelli
Melhor Montagem: “O Auge do Humano” (Argentina/Portugal/Brasil), de Eduardo Williams
Melhor Som: “O Ornitólogo” (Portugal/França/Brasil), de João Pedro Rodrigues
Melhor Imagem: prêmio dividido entre “O Auge do Humano” (Argentina/Portugal/Brasil), de Eduardo Williams e “Martírio” (Brasil), de Vincent Carelli

Mostra Competitiva de Curta-Metragem Internacional:
Melhor curta internacional: “Cilaos” (Colômbia), de Camilo Restrepo
Melhor Imagem: “Yolo” (África do Sul/EUA), de Ben Russell
Melhor Som: “Manodopera” (Grécia), de Loukianos Moshonas
Melhor Montagem: “Scales in the Spectrum of Space” (EUA), de Fern Silva
Menção especial: “The Beast” (África do Sul/França), de Michael Wahrmann e Samantha Nell

Mostra Competitiva de Curta-Metragem Nacional:
Melhor curta nacional: “Estado Itinerante” (MG), de Ana Carolina Soares
Melhor imagem: “Na Missão, com Kadu” (PE/MG), de Aiano Bemfica, Kadu Freitas e Pedro Maia de Brito
Melhor montagem: “Se por Acaso” (RJ), de Pedro Freire
Melhor Som: “Quando os dias eram eternos” (SP), de Marcus Vinicius Vasconcelos
Menção Honrosa/Especial do Júri: “A Moça Que Dançou com o Diabo” (SP), de João Paulo Miranda

Prêmio Janela Crítica:
Melhor curta nacional: “Estado Itinerante” (MG), de Ana Carolina Soares
Melhor curta internacional: “The Beast” (África do Sul/França), de Michael Wahrmann e Samantha Nell
Melhor Longa: “O Ornitólogo” (Portugal/França/Brasil), de João Pedro Rodrigues

Prêmio ABD (Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas de Pernambuco - ABD/PE):
“Estado Itinerante” (MG), de Ana Carolina Soares

Prêmio oferecido pelo Portomídia (120h de estúdio para finalização de imagem e/ou som concedido para o melhor filme pernambucano do festival):
“O Porteiro do Dia” (PE), de Fábio Leal

Prêmio FEPEC (Federação Pernambucana de Cineclubes):
Curta “Na Missão, com Kadu” (PE/MG), de Aiano Bemfica, Kadu Freitas e Pedro Maia de Brito

Prêmio João Sampaio para filmes finíssimos que celebram a vida:
“O Cinema, Manoel de Oliveira e eu” (Portugal), de João Botelho

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