Jornais boicotam quadrinhos de "Dilbert" após discurso racista do cartunista Scott Adams
Adams disse que os negros são um "grupo de ódio" e afirmou que pessoas brancas deveriam "ficar bem longe das pessoas negras"
Centenas de jornais nos Estados Unidos vão parar de publicar as tirinhas do personagem “Dilbert” depois que seu criador disse em uma transmissão ao vivo no YouTube que os negros eram “um grupo de ódio” e que os brancos deveriam “ficar bem longe” deles.
Scott Adams, cartunista por trás da história em quadrinhos que zomba da cultura do escritório, foi amplamente repreendido por seus comentários por jornais que imprimiram seu trabalho por anos.
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O USA Today Network, que publica mais de 200 jornais, disse que “não publicará mais o quadrinho 'Dilbert' devido aos recentes comentários discriminatórios de seu criador”.
O Los Angeles Times disse no sábado que encerraria a publicação da história em quadrinhos por causa dos comentários racistas. E o editor do The Cleveland Plain Dealer, Chris Quinn, também disse que o discurso de Adams levou o jornal a também retirar “Dilbert” de suas páginas.
“Esta não é uma decisão difícil”, disse Quinn.
Os jornais The Boston Globe, The Washington Post e The San Antonio Express-News, além da MLive Media Group, que tem oito publicações de notícias em Michigan, também seguiram a mesma decisão.
Danielle Rhoades Ha, porta-voz do The New York Times, disse: "Decidimos não mais publicar a história em quadrinhos 'Dilbert' em nossa edição impressa internacional após comentários racistas de Scott Adams." A história em quadrinhos apareceu apenas na edição impressa internacional e não na edição americana do NYT ou online, disse ela.
Adams se recusou a ser entrevistado e disse em um texto no sábado que “tudo o que você precisa ouvir” estava no YouTube.
Ele defendeu seus comentários. Disse que estava sendo cancelado injustamente, que “você deve absolutamente ser racista sempre que for a seu favor” e que qualquer mudança na sociedade é uma “mudança racista”, incluindo a mudança dos códigos tributários.
Ele também parecia estar avaliando as rápidas consequências de sua fala, dizendo que “a maior parte da minha renda terá acabado na próxima semana” e que “minha reputação pelo resto da minha vida está destruída”.
Procurada pela reportagem, a Andrews McMeel Syndication, empresa que distribui “Dilbert”, não se manifestou sobre o assunto.