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Justiça nega habeas corpus para suspeito foragido de ataque ao Porta dos Fundos

Foragido na Rússia e na lista de procurados da Interpol, ele havia pedido, por meio de seus advogados, a suspensão de um mandado de prisão temporária expedido contra ele no ano passado

Eduardo Fauzi Richard Cerquise, 41, foi autor do ataque Eduardo Fauzi Richard Cerquise, 41, foi autor do ataque  - Foto: Reprodução

O empresário Eduardo Fauzi Richard Cerquise, que já confessou ter participado do ataque à sede do Porta dos Fundos na véspera do Natal, teve um pedido de habeas corpus negado pela Justiça do Rio de Janeiro.

Foragido na Rússia e na lista de procurados da Interpol, ele havia pedido, por meio de seus advogados, a suspensão de um mandado de prisão temporária expedido contra ele no dia 30 de dezembro. Um dia antes, ele voou para Moscou. Nunca voltou ao Brasil.

O desembargador José Muitos Piñeiro Filho, da 6ª Câmara Criminal, decidiu nesta quarta-feira (29) rejeitar o argumento da defesa de Fauzi de que o atentado não foi uma tentativa de homicídio e, portanto, não caberia uma prisão temporária.

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Segundo Piñeiro Filho, não é verdade que a ação demonstrou apenas "a nítida intenção de causar dano patrimonial" à produtora responsável por um especial exibido pelo Netflix em que Jesus é gay.

Havia, na noite do crime, um vigilante no endereço atingido por dois coquetéis molotov. Ele não se feriu. Para o magistrado, não é possível admitir, "ao menos por ora, que arremessar artefatos que produzem fogo ou mesmo explosão [...] seja comparado ao dano patrimonial cometido, por exemplo, pelos adolescentes que insatisfeitos com o comportamento da 'senhorinha' que se apropriou da bola de futebol que caiu em seu quintal, atrapalhando a sua sesta diária e, por isso, resolveram se vingar atirando pedras nos vidros da janela".

O desembargador também questionou o argumento da defesa de que o guarda particular estava protegido por uma guarita distante do local incendiado e, logo, protegido de qualquer risco. "Não dá para cravar isso, até porque a foto apresentada por investigadores "não indica se tratar de uma guarita", diz Piñeiro Filho em sua decisão.

Sem afastar a possibilidade de "intenção homicida", ele determina, portanto, que o mandado de prisão continue válido.

Os advogados de Fauzi dizem que a ordem judicial só não foi cumprida porque o cliente deles está em viagem ao exterior e só ficou sabendo do mandado contra ele por canais de televisão, que teriam noticiado equivocadamente uma possível fuga.

Na semana passada, o empresário afirmou estar escrevendo um livro sobre seu papel no episódio terrorista, que definiu como "belo, justo e moral", e já admite a possibilidade de ficar na Rússia. Ele tem um filho nascido em Israel e que mora na Rússia com a mãe: Misha, 4. Fauzi pediu asilo político ao governo russo. Ainda não teve resposta.

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