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Laurentino Gomes lança primeiro livro da trilogia sobre escravidão

'A escravidão não é um assunto de museu, ela está viva entre nós', afirmou o jornalista e escritor

Jornalista Homero Fonseca e o autor do livro escritor Laurentino Gomes Jornalista Homero Fonseca e o autor do livro escritor Laurentino Gomes  - Foto: Jose Britto/Folha de Pernambuco

Seis vezes ganhador do Prêmio Jabuti de Literatura, o jornalista e escritor Laurentino Gomes lançou, na noite dessa quarta-feira (23), na Livraria Saraiva do Shopping Riomar, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife do recife, o Livro "Escravidão I: do primeiro leilão de cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares". Essa é a primeira obra de uma trilogia que conta a história da escravidão no Brasil.

Paranaense, o jornalista é conhecido pela autoria dos livros "1808", sobre a fuga da família real portuguesa para o Rio de Janeiro; "1822", sobre a Independência do Brasil; e "1889", sobre a Proclamação da República. Segundo Laurentino, a nova trilogia nasceu da primeira. “Ao estudar o Brasil do século XIX eu me dei conta que havia uma dimensão mais profunda para conseguir entender o que somos hoje. Essa dimensão é a escravidão. Ela define toda a identidade nacional desde o começo”, contou.

Com 480 páginas, "Escravidão I" cobre um período de 250 anos e combina pesquisas realizadas em museus, bibliotecas e universidades, além de observações nos locais onde as coisas aconteceram feitas por Laurentino durante o período de 2017 e 2018, quando viajou por 12 países em busca de informações. A obra traz 30 capítulos com fotos, mapas, infográficos, documentos e textos que contam uma parte da época da escravidão. “A escravidão está estampada na nossa paisagem, no nosso cotidiano. Com a viagem, pude ter um olhar fresco sobre esse assunto que é tão recente”, afirmou.

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Segundo o autor, o preço pago pela escravidão se mostra na desigualdade e no preconceito racial. Para ele, o Brasil necessita de uma segunda abolição, dessa vez, do preconceito. “Escravidão é um assunto que todos os brasileiros devem se importar, independente da cor da pele. Fazer essa segunda abolição é um desafio para o país”, reforçou, afirmando a importância deste tipo de temática na literatura brasileira.

O segundo livro, que será lançado em 2020, vai focar no século XVIII, auge do tráfico negreiro no Atlântico. Já o terceiro e último, com lançamento previsto para 2021, retrata o movimento abolicionista, o tráfico ilegal de cativos, o fim da escravidão no século XIX e ao seu legado nos dias atuais.

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