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MAM do Rio demite dez empregados em meio à pandemia do coronavírus

Foram dispensadas seis pessoas da limpeza, duas do educativo, uma do design e uma do administrativo entre o fim de março e o início de abril

Fachada do museuFachada do museu - Foto: Divulgação

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, MAM Rio, demitiu ao menos dez empregados em meio à pandemia do novo coronavírus. Foram dispensadas seis pessoas da limpeza, duas do educativo, uma do design e uma do administrativo entre o fim de março e o início de abril. Eles representavam cerca de um quinto do corpo de funcionários do museu.

As demissões, que tiveram início em fevereiro, com o afastamento de outros dois profissionais, foram justificadas pelo MAM Rio como parte de um esforço de reestruturação do museu por Fabio Szwarcwald, que assumiu o cargo de diretor-executivo no início deste ano.

Em nota, a instituição afirma que "a substituição de quadro não tem qualquer relação com a pandemia" e que as demissões partiram de um "minucioso diagnóstico que avaliou as diversas áreas de atuação do museu". Ela acrescenta que foram efetivadas 11 novas contratações desde o início do ano, de profissionais cujas habilidades específicas são "mais ajustadas aos novos desafios do museu".

Os empregados demitidos criticam, no entanto, a maneira e o momento que o MAM Rio escolheu para as mudanças de quadro. Enquanto durar a pandemia, eles dizem, suas chances de recolocação profissional são mínimas. Além disso, aqueles que tinham vínculos empregatícios perderam, logo agora, suas coberturas de plano de saúde.

É o caso de Eduardo Gomes Chaves, 43, que trabalhava como tesoureiro do MAM Rio. Ele entrou no museu em 1994, como office boy, e ocupou uma série de outras funções até chegar ao setor administrativo.

Ele conta que, após sofrer um acidente de moto em 2009, ele teve a mobilidade de uma das pernas prejudicada. Sessões de fisioterapia e acupuntura pagas pelo plano permitiram que ele conseguisse andar de muleta.

Agora, no entanto, Chaves diz não ter condições de manter o tratamento -ele é o único provedor de uma família de cinco membros.

"O museu não é uma fábrica. O salão de exposição nunca foi uma fonte de renda, ele sobrevive de lei Rouanet e do patrocínio da Petrobras", diz o ex-funcionário. "Essas demissões são uma questão pessoal dele [Szwarcwald], não é uma coisa para diminuir custos."



Colecionador e egresso do mercado financeiro, Fabio Szwarcwald assumiu a direção-executiva do MAM Rio depois de ser exonerado da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV) pela Secretaria Estadual de Cultura do Rio de Janeiro em novembro. Ele tinha sido afastado 20 dias antes por supostas irregularidades, mas as investigações constataram que "não houve má-fé por parte do servidor".

Crise 

Szwarcwald chega ao museu depois de uma das maiores crises financeiras da história da instituição. No ano passado, o MAM Rio se viu obrigado a vender uma tela do americano Jackson Pollock, a única numa coleção da América Latina, para pagar as contas. Conseguiu pouco mais da metade dos US$ 25 milhões a princípio almejados.

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