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Maria Bethânia fala sobre live, novo álbum e exalta amor pelo Recife

Em entrevista à Folha de Pernambuco cantora atende a pedido, canta clássico de Antonio Maria e reforça: “Quem é que diz não para o Recife? Eu não digo"

Maria Bethânia, cantoraMaria Bethânia, cantora - Foto: Jorge Bispo

O pedido para entoar os versos de Antonio Maria no “Frevo número 1” veio em meio a curiosidades sobre a live, o 13 de fevereiro e o álbum de inéditas que está por chegar. Mas poderia ter vindo à parte e sem esforço, já que Maria Bethânia ‘não diz não’ para o Recife.

“Quem é que diz não para o Recife? Eu não digo”. E foi assim e sob a suntuosidade de sua voz que o “Ai, ai saudade, saudade tão grande” ocupou a conversa e trouxe à tona suspiros de saudade por um Carnaval que não será vivido este ano, mas terá compensações como a deste Sábado de Zé Pereira, dia em que a cantora baiana estreia com show virtual transmitido pela Globoplay, às 22h, com sinal aberto para não-assinantes. 

 

Bethânia, 74, até então não havia aderido às lives, comuns em 2020 em decorrência das impossibilidades que a pandemia trouxe. “Foi um convite para comemorar uma data importante, que ao lado do Dia de Nossa Senhora da Purificação (2 de fevereiro) e o meu aniversário (18 de junho) são os mais significativos para mim. Herdei isso de minha mãe”, contou ela à Folha.

Acostumada a celebrar o período em sua terra natal, Santo Amaro, cidade do recôncavo baiano que a tem todos os anos em fevereiro, a rotina circunstancialmente modificada neste 2021 vai trazer também a lembrança do Teatro Opinião e sua estreia para a música em um 13 de fevereiro da década de 1960, além da Mangueira campeã em 2016 neste mesmo dia.

“É realmente um dia vitorioso, e este ano tem também o show ‘Rosa dos Ventos’ que faz 50 anos”, recordou, sobre o álbum homônimo gravado ao vivo no início dos anos de 1970 no Rio de Janeiro.

Embora assuma não ser adepta ao formato virtual e que tampouco pretende adotá-lo como opção, Bethânia não encara a live como um desafio. Sem ensaios para além do que já faz comumente para as apresentações, e também sem rotina especial para o dia “Sou baiana e durmo depois do almoço”, ela adianta sobre a consciência do momento que deixa o artista distante do público.

“Não tenho o menor interesse nessa coisa virtual, quero é ter as pessoas próximas, dentro da plateia, no meu colo. É como gosto e sei fazer. Mas ensaio muito e meus ensaios são solitários. É meu tempo sozinha, criando, entendendo, sentindo como posso chegar às pessoas. Não acho que seja desafio, vou saber que as pessoas estão longe e eu sozinha, mas com o calor de minha emoção".

"Aprendi com outras lives"
Intensa e tomada por dramaturgias nos shows, a ‘Menina dos Olhos de Oyá” quis aprender sobre shows virtuais, assistindo-os. Alguns ganharam atenção especial, como os da carioca Teresa Cristina, tidas por ela como “um trabalho extraordinário” e as do irmão Caetano Veloso: “Adorei todas, particularmente a que ele fez no Natal, a parte com o Zeca, foi quando me comovi mais”, ressalta. 

Para o show de amanhã Bethânia terá a companhia de quatro músicos, entre violões e percussão.  “Aprendi com outras lives que posso fazer uma coisa parecida e com a minha leitura. Eu canto e converso, vou nas canções que acho que o público gosta de ouvir e em outras que para mim são importantes que sejam cantadas neste dia”. 

No repertório, clássicos como “Negue” e “Olhos nos Olhos” - que para Chico e Caetano precisam constar nas apresentações - “eles dizem que não servem, não é verdade os meus shows sem essas músicas” - a apresentação do sábado traz também inéditas de “Noturno”, gravado na pandemia e com lançamento até abril. “2 de Junho”, da Adriana Calcanhotto, é uma delas. 

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