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Murilo Benício interpreta a realização de um sonho

Ator mergulha na história da tevê para viver o visionário Saulo de “Nada Será Como Antes”

José Patriota (PSB) durante Congresso da AmupeJosé Patriota (PSB) durante Congresso da Amupe - Foto: Anderson Bandeira/Folha de Pernambuco

 

Com mais de 20 anos de tevê e dezenas de protagonistas no currículo, Murilo Benício se diz um apaixonado pelo esquema industrial do veículo. “É preciso estar sempre atento e ter jogo de cintura para não se repetir. A televisão me deu visibilidade e experiência para fazer qualquer coisa dentro e fora dela”, analisa.

Contar a história da implementação da tevê no país foi um dos motivos pelos quais o ator se encantou pelo projeto de “Nada Será Como Antes”, série ambientada nos fervilhantes anos 1950, onde vive o visionário Saulo. “Meu personagem é a representação de um sonho. Ele começa como vendedor de rádio e se torna um executivo de tevê, tem um pouco de Boni, Chateaubriand, Daniel Filho, Silvio Santos e muitos outros nele”, resume.

Antes de “Nada Será Como Antes”, você recusou convites para novelas e seriados. O que o fez acertar sua participação na série? 

O projeto me encantou desde o início. O roteiro me fez rir, chorar e me emocionar de verdade. Acho que a linguagem criada pelos roteiristas resgata um tipo de dramaturgia mais antiga. O humor me lembra muito o de “A Comédia da Vida Privada”, a história de amor é semelhante aos folhetins românticos clássicos e, ao mesmo tempo, a estética é extremamente interessante.

Você chegou a conversar com algum desses nomes?

Não busquei ninguém. Conheço e já trabalhei com alguns deles, mas fui por um caminho mais indireto mes­mo. Já contracenei com muitos nomes “das antigas”. E histórias e lendas de bastidores sempre me chamaram muito a atenção. Quando fiz “Brava Gente” com o Lima Duarte, por exemplo, ele deu uma verdadeira aula sobre o início da tevê. Outro que é quase uma fonte de informação sobre esse período é o Osmar Prado, com quem já trabalhei em “Amores Roubados” e agora em “Nada Será Como Antes”.

Em “Nada Será Como Antes”, você volta a contracenar com sua esposa, Débora Falabella, quatro anos depois de “Avenida Brasil”. Esse reencontro profissional foi proposital?

Não. As pessoas pensam coisas demais. Não tenho autonomia para voltar ao trabalho fazendo exigências como: “só volto se for ao lado da Débora” (risos). Ela já estava no projeto há muito tempo. Houve um atraso na produção e uma troca na direção artística. Eu só fui entrar no elenco quando o José Luiz Villamarim assumiu. O convite partiu dele.

 

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