O que pode causar a comunicação interventricular, problema que acometeu a bebê de Thaila Ayala
No Brasil, este tipo de condição é considerada rara, com cerca de 150 mil casos por ano, porém também pode afetar adultos que tiveram um ataque cardíaco
A atriz Thaila Ayala compartilhou por meio de suas redes sociais que a sua filha, Thereza, de dois meses precisou fazer uma cirurgia no coração depois de nascer com um problema congênito. O procedimento aconteceu no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. A bebê, ainda no útero, foi diagnosticada com comunicação interventricular (CIV).
"No dia que descobri, tive um ataque de pânico, pior de todos que tive na minha vida. Meu surto levou uma hora. Deus falou comigo em alto e bom som: 'Você não confia em mim? Cadê a sua fé? Eu sei o que é melhor para a sua vida'. Tudo o que passava na minha cabeça naquela uma hora cessou. De fato foi uma gravidez diferente da outra", disse a artista que também é mãe de Francisco, de 2 anos, fruto de seu relacionamento com o ator Renato Góes.
O que é a CIV?
No Brasil, este tipo de doença é considerado raro, com cerca de 150 mil casos por ano. A Comunicação Interventricular (CIV) ocorre quando há uma abertura ou orifício na parede (septo) do coração que divide os ventrículos (câmaras que bombeiam o sangue) direito e esquerdo. Assim, permite a passagem do sangue de uma câmara a outra, quando este fluxo não deveria existir.
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Em situações normais, o sangue no lado esquerdo do coração é bombeado para o corpo, e o do lado direito para os pulmões. Quando existe uma comunicação entre os dois lados do coração, uma grande quantidade de sangue passa do lado esquerdo, que tem maior pressão, para o lado direito. O que sobrecarrega o trabalho do coração a cada batimento.
No órgão, isto ocasiona um aumento de tamanho, especialmente do átrio e do ventrículo esquerdo. Nos pulmões, esta sobrecarga de sangue aumenta a pressão, o que pode lesionar permanentemente as paredes das artérias pulmonares com o passar do tempo.
A condição também pode ocorrer em adultos após uma cirurgia ou ataque cardíaco. Uma grande parte desses “buracos” consegue se fechar sozinho, porém, em situações mais graves e sérias, é necessária uma cirurgia ou de um procedimento com cateter para que sejam fechados.
Como ela é formada e quais são as causas?
As CIVs são geradas durante a formação do coração e estão presentes no nascimento. Durante as primeiras semanas de gestação, o coração se desenvolve a partir de um grande tubo, dividindo-se em seções que vão formar as câmaras e os septos. Se existe algum problema neste processo, podem se formar as CIVs.
Em alguns casos, a tendência a formar a CIV pode ser por uma síndrome genética que causa excesso ou falta de partes nos cromossomos. Porém, a vasta maioria dos casos de Comunicação Interventricular não tem causa definida.
Sintomas e tratamento
Entre os sintomas, podem surgir um tom azulado na pele, nos lábios e nas unhas, juntamente com má alimentação, baixo ganho de peso e respiração acelerada.
O fechamento da CIV normalmente é realizado na infância, mesmo que a criança apresente sintomas leves. A correção cirúrgica é feita com o uso de um retalho (patch) de pericárdio (membrana que recobre o coração, usualmente de origem bovina), ou com materiais sintéticos.
Esse retalho é suturado ao redor do orifício, fechando-o. Com o tempo, o organismo recobre o retalho com uma capa de células, ficando parte permanente do coração. Se a criança está muito doente ou tem múltiplos CIVs, uma cirurgia paliativa ou temporária pode ser realizada.
Atualmente, dependendo do tipo e da localização da Comunicação Interventricular, é possível realizar seu fechamento através de cateterismo, com o uso de dispositivos que obstruem o CIV. Em todos os casos, é recomendado um acompanhamento regular com um cardiologista.