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Performance no MAM gera polêmica nas redes sociais

Vídeo condenando performance do coreógrafo carioca viralizou na internet e vem na sequência do fechamento da mostra "Queermuseu"

Museu em SP é acusado de pedofilia após performance com nudezMuseu em SP é acusado de pedofilia após performance com nudez - Foto: Reprodução/ Youtube

Mais uma polêmica envolvendo artes ganhou as redes sociais. Dessa vez, um vídeo condenando performance do coreógrafo carioca Wagner Schwartz no MAM (Museu de Arte Moderna), na capital paulista, viralizou na internet. As imagens foram captadas durante a apresentação artista, onde seu corpo nu pode ser manipulado pelo público, na última terça-feira (26).

A performance, apresentada na abertura da exposição "Brasil em Multiplicação", evoca um "Bicho", obra manipulável da artista Lygia Clark (1920-1988). Num desses vídeos, aparece uma criança, com a mãe, mexendo nas mãos e nos pés do artista nu. As imagens desencadearam uma onda de acusações de incitação à pedofilia.

O Ministério Público de São Paulo abriu investigação para apurar se houve crime ou violações ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) por parte da instituição, do artista ou da mãe da menina. Ainda neste sábado à tarde, um protesto na porta do museu, reunindo cerca de 30 pessoas contrárias à performance, terminou em agressão contra funcionários.



O MAM afirma que, na ocasião em que a performance foi realizada, havia sinalização alertando sobre nudez e diz que "o trabalho não tem conteúdo erótico". O museu ressaltou ainda que a criança estava com a mãe e lamentou "manifestações de ódio e de intimidação".

Procurado pela Folha de S.Paulo, o curador do museu, Felipe Chaimovich, disse que a exposição não será fechada e reafirmou que a performance "não tinha nenhum caráter erótico".

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Outros Casos
A polêmica em torno da performance no MAM vem na sequência do fechamento da mostra "Queermuseu", pelo Santander Cultural, em Porto Alegre, após campanha bem-sucedida de boicote à exposição promovida por grupos conservadores. Em Campo Grande (MS), um delegado da Polícia Civil ordenou o confisco de um quadro em uma mostra.

Em Jundiaí (SP), um juiz proibiu a apresentação de uma peça que tem uma atriz transgênero no papel de Jesus. Nesta quinta (28), em recomendação endereçada ao Santander Cultural, o Ministério Público Federal do RS afirmou que o fechamento de uma exposição remete a "situações perigosas da história, como o período nazista".
O MPF recomendou "a imediata reabertura da exposição", sob pena de "adoção das medidas judiciais cabíveis".

O Santander reafirmou que a mostra não será reaberta.

Nas redes sociais, muitas pessoas se posicionaram contra ambas as exposições, como o prefeito de São Paulo, João Doria. Em vídeo publicado no Facebook, o político diz que elas "afrontam o direito, a liberdade e, obviamente, a responsabilidade", diz Doria em vídeo publicado numa rede social.



Já a escritora e especialista em educação sexual, Caroline Arcari, defende que as crianças e nudez no Mam precisam ser debatidas, defendendo a ideia da classificação etária nas exposições em museus. Em sua página na internet, ela diz que "é responsabilidade do MAM, do artista, da comunidade, das famílias, das instâncias de garantia dos direitos das crianças e adolescentes respeitarem os direitos desse público e pensarem, juntos, em estratégias que assegurem uma visitação de qualidade e apreciação de obras e performances, sem prejuízos ao desenvolvimento saudável desse público específico."

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