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Pernambucanas vão a São Paulo participar de homenagem a Naná Vasconcelos

O coral Voz Nagô abre as apresentações neste sábado (2). Já no dia 9, será a vez de Lulu Araújo. Serão dez dias de homenagens ao percussionista Naná Vasconcelos

Coral negro Voz Nagô foi criado por Naná em 2008, para acompanhar suas apresentaçõesCoral negro Voz Nagô foi criado por Naná em 2008, para acompanhar suas apresentações - Foto: Áurea Luciana/Divulgação

Naná Vasconcelos vive - em memória, através de suas obras e por meio de seus herdeiros musicais. A partir deste sábado (2), o Sesc 24 de Maio, em São Paulo, realiza o projeto "Viva Naná!", que é composto por quatro shows, três workshops de percussão, um debate e um espetáculo infantil. Até o dia 10 de junho, Naná será homenageado e (re)conhecido pelo público paulista. 

Uma comitiva pernambucana seguiu para São Paulo: as sete mulheres do grupo musical Voz Nagô participam de uma apresentação junto com a Orquestra Objetos Desinventados e a cantora e percussionista Badi Assad, no primeiro dia de evento, trazendo um repertório variado de composições de Naná.

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Todos os artistas foram influenciados pelo mestre em suas carreiras, por terem partilhado de sua companhia musical. Já no dia 9, a cantora e arte-educadora Lulu Araújo faz uma apresentação solo inspirando-se no trabalho de Naná com crianças, com base na música folclórica e no maracatu.
Tanto o Voz Nagô como Lulu têm uma longa história profissional e emotiva com Naná, falecido em 2016. Lulu e sua irmã gêmea Aninha acompanharam o músico ao longo de dezoito anos, no Brasil e no exterior. E o grupo Voz Nagô foi criado pelo percussionista para se apresentar na abertura do Carnaval do Recife, ao lado de mais de seiscentos batuqueiros de maracatu.

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"Ele dizia que as vozes negras femininas se entrelaçavam aos tambores", conta Paula Guedes, uma das integrantes do coral. "Somos sete porque ele dizia ser um número cabalístico, que traz sorte. Foram oito anos acompanhando Naná", relembra a cantora.

   História musical

Esta será a primeira apresentação do Voz Nagô fora de Pernambuco (além do Recife, elas já estiveram em Garanhuns), e a expectativa é grande. "Hoje nós representamos a história musical de Naná, no Recife. Queremos transmitir, através da música, tudo o que nos ensinou. Naná é um ícone da cultura percussiva mundial e sempre deu visibilidade às comunidades carentes, à cultura negra e às religiões de matriz africana. Para ele, a África era a espinha dorsal do Brasil", acrescenta ela.



Entre outras músicas, o Voz Nagô vai trazer algumas inéditas, que não chegaram a ser cantadas por ele e foram cedidas ao grupo pela viúva de Naná, Patrícia Vasconcelos.

Outros artistas participam da homenagem "Viva Naná", como Egberto Gismonti, Duo Ello, Barbatuques, Marlui Miranda, Sementeira e Marco Suzano. 

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