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Questão de visibilidade no folhetim juvenil

Protagonista de “Malhação”, Aline Dias destaca a importância de se ter uma atriz negra como mocinha

Mendonça FilhoMendonça Filho - Foto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco

Visivelmente mais calma passados quase dois meses da estreia de “Malhação - Pro Dia Nascer Feliz”, Aline Dias consegue analisar bem o impacto da novela em seu cotidiano. Primeira protagonista negra em 21 anos de produção, ela acredita que, além dos bons índices de audiência, a força da história da temporada consegue dialogar com assuntos importantes e atuais, como o preconceito racial e a representatividade negra na televisão.

“A resposta do público é sempre uma surpresa. Tramas e personagens foram muito bem avaliados. Recebo diversas mensagens de meninas negras que se sentem felizes ao serem representadas no folhetim que elas assistem. Pode parecer simples, mas isso faz uma diferença enorme na autoestima de muita gente”, analisa.

Como em qualquer bateria de testes para uma nova temporada de “Malhação”, o papel da mocinha que sai do Ceará para tentar uma vida melhor no Rio de Janeiro tinha uma concorrência pesada. Foram mais de dez testes durante cinco meses. Após isso, 25 nomes foram selecionados para uma espécie de “workshop” sem ao menos saberem quais personagem viveriam.

“Os papéis foram sendo revelados a partir da convivência e da sintonia entre os atores. Foi um processo bem diferente, motivador”, explica. Quase um semestre de espera depois, o elenco feminino, enfim, conheceu suas personagens e Aline custou a acreditar que viveria a protagonista. “Estar entre os selecionados para a temporada já era uma vitória. Viver a Joana, sabendo que ela não foi escrita para ser negra e que conquistei a personagem aos poucos, foi muito gratificante”, destaca.

A construção da personagem foi fruto de um trabalho coletivo. Caracterização e figurinos foram muito importantes para mostrar a força de Joana para a atriz. No entanto, a rápida visita da equipe ao estado do Ceará ajudou Aline a buscar referências locais. “O autor pediu para evitar sotaques, mas gestual e postura foram inspirados nas conexões que fiz na região. Observei muito as meninas de lá e suas personalidades mais ‘arretadas’”, valoriza a atriz, natural da pequena cidade mineira de Leopoldina, mas criada no Rio de Janeiro.

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